As eleições presidenciais norte-americanas são entre democratas e republicanos, mas o sistema bipartidário ainda deixa espaço para outros nomes nas urnas. Dependendo do estado, o número de candidatos à Casa Branca varia este ano entre 2 e 11.
Se o ex-presidente republicano Donald Trump e a vice-presidente democrata Kamala Harris são omnipresentes, três outros candidatos encontram-se em muitos boletins de voto e são creditados com cerca de 1% dos votos cada um nas raras sondagens que têm em conta as intenções de voto para pequenos candidatos.
E a verdade é que, no último momento, muitos potenciais eleitores destes pequenos candidatos acabam por votar um dos principais candidatos, democrata ou republicano.
Jill Stein ou Cornel West para a esquerda
Jill Stein é a candidata ecologista do Partido Verde. Candidatou-se em 2012 (obtendo 0,4% dos votos) e depois em 2016 (1%), altura em que foi acusada de ter dispersado o eleitorado de Hillary Clinton, a favor de Donald Trump.
Inicialmente, esta médica nascida em Chicago optou por apoiar o académico Cornel West, que deixou o partido em outubro para fazer campanha sozinho.
Sem candidato, o Partido Verde arriscava-se a perder o acesso automático ao voto em certos estados, que foi conquistado através de uma dura luta. Estará nos boletins de voto de quase 40 estados.
Aos 74 anos, fez campanha afirmando que o historial ambiental do Presidente Joe Biden foi influenciado pelas ideias lançadas pelos Verdes e quis distanciar-se da dupla democrata atualmente na Casa Branca ao denunciar “o genocídio” de civis palestinianos em Gaza.
Cornel West, intelectual de 71 anos, ativista contra o racismo e que também participou no movimento “Occupy Wall Street” em 2011, concorre sem partido em mais de 15 estados.
Denuncia “a falência moral” do país liderado por um “duopólio degradado dos dois principais partidos que dão prioridade aos lucros em detrimento das pessoas e do planeta”.
Chase Oliver para os libertários
O Partido Libertário teve pouco mais de 1% dos votos em 2020 e está presente nos boletins de voto destas eleições em quase todos os 50 estados.
Defensor das liberdades individuais, do comércio livre e da legislação minimalista, o Paré representado este ano por Chase Oliver, um ex-Democrata de 39 anos, que, em 2022, provocou uma segunda volta nas eleições intercalares para o Senado na Geórgia.
Desconhecido na altura, este fã de ficção científica, autoproclamado “armado e gay”, obteve 2% dos votos com uma campanha centrada nas suas posições pró-armas, fiscalmente conservadoras, mas também pró-direitos ao aborto, pró-legalização da. canábis e contra a pena de morte.
Kennedy o grande ausente
Sobrinho do Presidente John F. Kennedy e filho de Robert F. Kennedy, ambos assassinados, "RFK" Júnior foi creditado com 4 a 5% das intenções de voto antes de se retirar no final de agosto e apoiar Donald Trump, para grande consternação de outros membros da famosa dinastia política democrata.
Advogado especializado em questões ambientais, RFK Jr é conhecido por difundir teorias da conspiração, principalmente sobre vacinas.
O seu nome manter-se-á em algumas votações “mas em cerca de dez estados decisivos onde a minha presença pode distorcer o resultado, retirarei o meu nome”, sublinhou no final de agosto.
Os outros que tentam a sorte
O outro ausente é o rapper Kanye West, que arrecadou 70 mil votos em 2020 e deixou no ar a hipótese de se recandidatar este ano, o que acabou por não acontecer.
Randall Terry representa o Partido da Constituição em cerca de 10 estados. Com uma violenta retórica anti-aborto, promete “destruir” o Partido Democrata.
O Partido Socialismo e Libertação (Comunista) está representado por Claudia De la Cruz em cerca de 20 estados.
O partido da Lei Seca, que deseja restaurá-la e que se candidata desde 1872, apresenta Michael Wood em alguns estados.