O vice-primeiro-ministro italiano, Matteo Salvini, argumentou, nesta segunda-feira, ser "de bom senso" proibir o uso do véu islâmico nos espaços públicos em Itália, depois de o seu partido, Liga (extrema-direita), ter apresentado um projeto de lei nesse sentido.

"Uma proposta de bom senso da Liga contra aqueles que não respeitam a nossa cultura e os princípios da liberdade ocidental", disse Salvini, cujo partido é frequentemente acusado de ser anti-imigração.

O membro do Governo liderado por Giorgia Meloni sustentou ainda trata-se de "de tolerância zero para aqueles que opressivamente forçam mulheres e raparigas a usar o véu, com prisão e fim dos pedidos de cidadania".

"Não só por razões de ordem pública"

A Liga apresentou este domingo um projeto de lei para proibir o véu islâmico em espaços públicos no país e estabelecer penas de prisão de até dois anos para os homens que obrigarem as suas mulheres a usá-lo.

O projeto de lei diz que pretende acabar com a possibilidade de usar vestuário "adequado para esconder o rosto, como no caso da burca ou do 'niqab'" e isto "não só por razões de ordem pública", mas também por um princípio, constitucionalmente estabelecido, de "respeito pela dignidade das mulheres".

A proposta, apresentada por Igor Iezzi na Câmara dos Deputados, prevê ainda a introdução de um novo crime, o de "obrigar a esconder o rosto", que pode levar a uma pena de prisão de até dois anos e uma multa de até 30 mil euros, bem como a impossibilidade de requerer a cidadania.

- Com Lusa