Com 88% dos votos contados, o segundo partido mais votado é o Partido Democrático do Kosovo (PDK), que emergiu da guerrilha albanesa Exército de Libertação do Kosovo (UÇK), com 21,83% dos votos, seguido pela Liga Democrática do Kosovo (LDK), que obteve 17,75%.

O AAK-NISMA, outro partido com raízes no UÇK, obteve 7,68%, enquanto a formação política Lista Sérvia, que representa a comunidade sérvia do Kosovo, obteve 3,96%.

Com estes dados, a formação governamental (Vetevendosje, Autodeterminação), perde nove pontos em relação a 2021, quando o partido nacionalista de esquerda obteve 50,3 % dos votos, o que lhe permitiu conquistar 58 dos 120 lugares no Parlamento.

Vinte lugares estão reservados às minorias étnicas da antiga província sérvia, que proclamou a independência em 2008, 10 dos quais para os sérvios do Kosovo e os restantes para as restantes comunidades: romani e bósnia.

Se estes resultados se confirmarem, o PDK, o LDK e o AAK-NISMA, com o apoio do voto das minorias, podem constituir uma alternativa ao partido do primeiro-ministro. 

Os votos da diáspora ainda não foram apurados.

Antes do partido politico Autodeterminação ter alcançado o poder, estes três partidos partilharam as várias coligações governamentais.

Kurti declarou a vitória do partido na noite de domingo.

"As eleições foram livres, democráticas e justas", declarou o líder do Autodeterminação numa conferência de imprensa em Pristina.

Kosovo tem mantido relações estreitas com os Estados Unidos e com a maioria dos países da União Europeia desde a independência mas algumas das decisões de Kurti estão a perturbar as relações por considerarem que algumas políticas estão a criar tensões étnicas no país.

Pristina tem procurado restabelecer a autoridade no norte do Kosovo, onde se concentra a população sérvia, e mantém estruturas governamentais paralelas com o apoio de Belgrado.

Kurti tem defendido estas ações como sendo necessárias para garantir o Estado de direito e fazer cumprir a Constituição.

Uma eventual coligação da oposição pode alterar as relações com a Sérvia.

As eleições podem também influenciar a relação do Kosovo com a União Europeia. 

O pedido de adesão à União Europeia, apresentado em 2022, continua bloqueado devido à falta de consenso entre os 27 membros nomeadamente sobre a recusa de cinco países - Chipre, Grécia, Roménia, Eslováquia e Espanha - em reconhecer a independência do Kosovo.

 

PSP // SB

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