Paulo Baldaia, jornalista e comentador político, mantém uma posição crítica em relação à extrema-direita, mas reconhece as razões que explicam o crescimento de partidos como o Chega: “Dos 2 milhões de pobres em Portugal, metade trabalha. Ou seja, as pessoas trabalham e continuam pobres”, analisa. Para Baldaia, essa realidade deixa o eleitorado mais vulnerável a discursos radicais. “Esse não é o caminho, vai dar asneira da grossa, mas é um reflexo das dificuldades”, garante. Ouça a análise, política e desportiva, neste episódio de Ontem Já Era Tarde
Paulo Baldaia destaca a insustentabilidade de um país onde milhões vivem em situação de pobreza apesar de estarem empregados. “As pessoas trabalham uma vida inteira para dar melhores condições aos filhos. Depois, esses filhos veem o que os pais passaram e também eles continuam a ser pobres”, explica. Essa perpetuação da desigualdade, segundo o jornalista, gera um sentimento de descrença na classe política e de revolta que partidos como o Chega conseguem capitalizar.
Embora discorde das soluções propostas pela extrema-direita, Baldaia entende o desespero que leva muitos a aderirem a essas ideias. “Chegam a um ponto em que não acreditam nos políticos, em que acham que são todos mentirosos”, afirma. Para ele, o crescimento de partidos radicais não é a resposta adequada às dificuldades do país, mas reflete o fracasso em garantir melhores condições de vida para os trabalhadores. Ouça a conversa na íntegra no episódio desta semana do podcast Ontem Já Era Tarde.
O futebol é o ponto de partida nestas conversas sem fronteiras ou destino agendado. Todas as semanas, sempre à quinta-feira, Luís Aguilar entra em campo com um convidado diferente. O jogo começa agora porque Ontem Já Era Tarde.