O secretário-geral do PS disse esperar que a averiguação preventiva que o envolve seja clarificada antes de os portugueses votarem nas legislativas, devendo enviar ainda hoje o requerimento ao Ministério Público para ser ouvido.

Questionado sobre a recente averiguação preventiva que lhe foi aberta, na sequência de uma denúncia anónima, Pedro Nuno Santos disse que "provavelmente, durante o dia de hoje" será enviado o requerimento formal ao Ministério Público pedindo para ser ouvido pelo Ministério Público.

Na abertura da Fábrica 2030, conferência promovida pelo jornal Eco, Pedro Nuno Santos recusou fazer qualquer crítica ou apreciação sobre trabalho do Ministério Público, pelo qual afirmou ter "total respeito", insistindo que "as denúncias anónimas feitas nesta altura tiveram uma motivação política".

Para o líder do PS, uma vez que este tema sobre a compra das suas duas casas foi levantado durante a campanha eleitoral, era importante "se pudesse ser clarificado antes de os portugueses serem chamados às urnas", no dia 18 de maio.

"Acho que isso era útil porque é um tema que surge durante uma campanha em que o país está a ser mobilizado para fazer uma escolha sobre quem vai ser o parlamento, mas também sobre quem vai ser o líder do país", disse.

Pedro Nuno Santos apontou que esta decisão que os portugueses têm que tomar nas eleições é "demasiado importante para que não haja um esforço de todas as instâncias para que as coisas sejam resolvidas até às eleições".

"Era correto, não tanto por mim, era pelos portugueses que vão fazer uma escolha no dia 18 de maio e têm que saber se têm algum motivo de preocupação com quem têm à sua frente", defendeu.

O líder do PS espera que esta situação não o prejudique, assegurando que fez tudo "aquilo que podia" com as explicações que deu, colocando toda a informação pública como diz que lhe competia.

"Tivesse o meu adversário feito o mesmo se calhar nós não estávamos na situação em que nós estamos", disse.

O líder do PS assumiu que "por mais desagradável que possa ser" fazer "um striptease" da sua vida, esse "é o custo da decisão" que tomou de estar na vida política, reiterando que o primeiro-ministro deveria prestar todos os esclarecimentos sobre as situações que o envolvem.

Questionado pelo jornalista do Eco, António Costa, sobre o caso da spinumviva -- nome da empresa que o jornalista considerou que "será provavelmente a palavra do ano 2025" -- Pedro Nuno Santos disse já saber "o suficiente para fazer uma juízo negativo da seriedade ainda primeiro-ministro", Luís Montenegro.

Sobre a comissão parlamentar de inquérito que o PS apresentou no parlamento, o líder socialista voltou a dizer que espera que não seja necessário recorrer a este instrumento na próxima legislatura já que tem a expectativa de, até ao final da campanha, ser possível esclarecer o que considera estar em falta.

Na sua intervenção inicial, e ainda antes da fase de perguntas do jornalista António Costa, Pedro Nuno Santos reiterou as críticas ao programa eleitoral da AD por não ser realista e colocar uma taxa de crescimento da economia que não é a previsível para poder dar suporte às promessas eleitorais que faz, que custam "mais do dobro" das do PS.

O líder socialista acusou a AD de voltar "a este truque", considerando que as pessoas podem gostar mais de um programa do que de outro, mas acusou o da AD de "não falar a verdade".