O deputado do Chega à Assembleia da República, Francisco Gomes, acredita que “a sobrevivência da pesca do atum está em risco iminente” e que o sector vive, neste momento, aquilo que considera ser uma “verdadeira tempestade perfeita, com vários factores a convergirem e a empurrarem famílias para o desespero e para a miséria”.

Entre os problemas identificados, candidato às eleições de 18 de Maio destaca quatro. Em primeiro lugar, refere “as limitações impostas às quotas de captura”. Uma questão que, segundo diz, “o Chega tem combatido sistematicamente, sem que o Governo da República tenha, até agora, apresentado soluções concretas”.

“O governo tem ficado pelas promessas, mas não tem aberto os olhos da União Europeia para a injustiça das quotas”, critica o deputado.

“Por exemplo, a França não está a gastar a quota de atum patudo. Porque é que a mesma não vem para a Madeira? Ninguém consegue ver isto? Ninguém faz nada?”, questiona Francisco Gomes.

O segundo problema apontado pelo deputado na Assembleia da República prende-se com “a ausência de um apoio ao transporte do peixe desde a Madeira até ao continente europeu, em especial para Espanha”. O parlamentar observa que “os custos de transporte são elevados e muitos armadores não conseguem suportar essas despesas sem comprometer a sustentabilidade da atividade”.

Em terceiro lugar, Francisco Gomes considera que “o número de licenças atribuídas para a pesca do atum está inflacionado”. “Ao contrário do que se passa com a pesca do peixe-espada, onde o número de licenças é mais equilibrado, na pesca do atum o excesso de licenças está a estrangular o sector”, sustenta.

Por último, o deputado do Chega fala no “incumprimento de um apoio prometido aos armadores antes do início da época da pesca do atum”, que “impediu vários armadores de preparar devidamente os seus barcos para a faina”.

“Neste momento, temos oito traineiras paradas no Caniçal, sem ir ao mar, e sem garantias de que voltarão”, evidencia.

Francisco Gomes sublinha ainda que “o Chega não deixará de ser a voz dos pescadores da Região e compromete-se a continuar a pressionar o governo da República para que sejam encontradas soluções urgentes e eficazes para salvar o sector”. “A pesca do atum faz parte da nossa identidade e o Chega vai lutar até ao fim para proteger esta atividade e as famílias que dela dependem”, rematou.