Várias pessoas foram esta quarta-feira identificadas por suspeitas de envolvimento no ataque ao motorista da Carris, em Santo António dos Cavaleiros, durante a onda de tumultos após a morte de Odair Moniz às mãos da PSP.
A Polícia Judiciária lançou esta quarta-feira uma megaoperação de identificação dos responsáveis pelo ataque e, ao que a SIC apurou, foram cumpridos vários mandados de busca no concelho de Loures.
A PJ está nesta altura a interrogar vários suspeitos que já foram constituídos arguidos por suspeitas do crime de homicídio na forma tentada.
Os suspeitos terão entrado no autocarro, sem passageiros, e atirado um engenho explosivo para cima do motorista, que ainda estava no interior. O homem sofreu "queimaduras graves na face, tórax e membros superiores", segundo adiantou, na altura, a PSP.
Depois de quase um mês no hospital, o motorista da Carris teve alta há duas semanas e foi ouvido esta segunda-feira pelos inspetores da Polícia Judiciária.
Os distúrbios, ocorridos no final de outubro em vários concelhos da Área Metropolitana de Lisboa, foram desencadeados pela morte do cabo-verdiano Odair Moniz, de 43 anos. O morador do Bairro do Zambujal foi baleado por um agente da PSP, na madrugada de 21 de outubro, na Cova da Moura.
Os tumultos começaram no Bairro do Zambujal e alastraram-se depois a outros bairros da Área Metropolitana de Lisboa. Foi na madrugada de 24 de outubro que o autocarro da Carris Metropolitana, em Santo António dos Cavaleiros, em Loures, foi incendiado com o motorista lá dentro.
Nos tumultos, foram incendiados mais autocarros, dezenas de automóveis e contentores do lixo, mas o ataque ao motorista em Santo António dos Cavaleiros é mais grave a ser investigado.