As autoridades de segurança não garantem resultados rápidos na captura dos reclusos que se evadiram de Vale de Judeus este sábado. “A ideia de resultados rápidos é falaciosa”, disse este domingo Manuel Vieira, secretário-geral adjunto do SSI. As autoridades pedem cautela à população porque os cinco homens são “perigosos” e “tudo farão para se manterem em liberdade”, incluindo são uma ameaça à vida humana.
O diretor da PJ, Luís Neves, também presente na conferência de imprensa conjunta, pediu contenção aos órgãos de comunicação social e informou que se trata de uma “operação complexa, crime organizado com capacidade financeira” e que nas 20 horas de investigação, “detectámos que todos os pormenores foram pensados ao mais infimo detalhe”. São “gente muito bem preparada”, disse.
Segundo o secretário-geral adjunto do sistema de Segurança Interna (SSI), a conferência de imprensa terá como propósitos uma breve apresentação da coordenação das forças e serviços de segurança, que eventos ocorreram no sábado, que diligências foram efetuadas e qual será a estratégia de comunicação.
Manuel Vieira afirmou este domingo que não serão dados novas informações para além das que já foram avançadas e acrescentou que a cooperação com Espanha já foi ativada.
O Diretor Nacional da Polícia Judiciária afirmou que esta é uma "investigação muito complexa" e que as autoridades estão a tentar perceber como e quem está por detrás desta fuga. Luís Neves não quis dar mais detalhes sobre a operação para não comprometer a investigação.
Luís Neves saúda a "coesão total e de partilha" na reunião entre as autoridades, mesmo em sede de cooperação internacional. Apela ainda a que a Comunicação Social dê informação à comunidade, mas que haja "alguma reserva para alcançarmos os nossos objetivos". O Diretor Nacional da PJ salienta ainda a perigosidade dos evadidos, sublinhando os crimes violentos e que dois dos reclusos estavam condenados à pena máxima. Alertam ainda a população para que não contacte diretamente os criminosos.
Na mesma conferência de imprensa, a Guarda Nacional Republicana destacou a prontidão de todas as unidades mobilizadas. "Temos todo o dispositivo em alerta para esta realidade (...). Desde a estrutura territorial, como a unidade de controlo costeira e de fronteiras", afirmou o Tenente-Coronel João Fonseca. "A palavra chave é a colaboração e a cooperação", explicou sobre articulação entre as autoridades envolvidas.
Durante a ronda de perguntas dos jornalistas, o secretário-geral adjunto do SSI descartou o encerramento de fronteiras.
"O encerramento de fronteiras para uma situação confirmada não é proporcional nem adequado", justificou.
"É muito fácil quando acontece uma coisa destas atirar com o pano ao chão e dizer que a pessoa se vai embora. Eu não sou desses", afirmou Rui Abrunhosa Gonçalves, Diretor-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, quando questionado sobre as falhas de segurança registadas aquando da evasão dos cinco reclusos.
Luís Neves explicou que algumas perguntas dos jornalistas não serão respondidas devido a preocupações com a segurança da operação de captura.
"A segurança funciona bem e os senhores guardas prisionais fazem bem o seu trabalho", elogiou Rui Abrunhosa Gonçalves, quando interpelado acerca de um possível efeito de contágio para outros estabelecimentos prisionais.
O Diretor-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais destaca que serão necessários 225 novos guardas prisionais, cujo processo de seleção demora entre um ano a um ano e meio.