
"Estas viaturas vão facilitar a circulação dos cidadãos" e permitir "escoltar os carros para poderem chegar com segurança até onde pessoas e seus bens devem chegar", referiu Bernardino Rafael.
O responsável falava em Pemba, capital provincial, durante uma cerimónia de entrega dos veículos de carga (vulgo Mahindra) adaptados com bancos e lonas para transporte de polícias, tal como usado no resto do país.
Os veículos são destinados a patrulhar distritos afetados pelo conflito ao longo da Estrada Nacional 380, a única via asfaltada entre o norte e sul de Cabo Delgado, bem como zonas em redor.
Quissanga, Mocímboa da Praia, Palma, Muidumbe e Nangade são alguns dos locais que vão beneficiar do reforço para garantir a circulação normal de pessoas e bens.
"Vamos voltar todos", referiu, reiterando o apelo das autoridades para os deslocados do conflito regressarem aos locais de origem.
"Vamos produzir e pescar em Quissanga", apontou, como exemplo de um distrito atacado: "A riqueza dos moçambicanos é a produção", concluiu, apelando à retoma dos trabalhos rurais.
Cabo Delgado é uma província rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
O conflito já provocou mais de 3.100 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, segundo as autoridades moçambicanas.
Desde julho, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda, a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), permitiu aumentar a segurança, recuperando várias zonas onde havia presença de rebeldes, nomeadamente a vila de Mocímboa da Praia, que estava ocupada desde agosto de 2020.
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