"Não temos previsão de que tenha um impacto assinalável, mas cá estamos, estamos sempre prevenidos", disse Paulo Rangel, durante uma audição na comissão parlamentar de Assuntos Europeus, tendo sido questionado pelo PS e Bloco de Esquerda sobre eventuais planos de deportação, já anunciados pelo novo Presidente norte-americano, Donald Trump.
O chefe da diplomacia portuguesa afirmou que o Governo lidará com a situação "sempre em estreita articulação com o Governo regional dos Açores", de onde são oriundos grande parte dos emigrantes portugueses nos EUA.
Rangel ressalvou que "todos os anos há deportações de cidadãos portugueses e todas são tratadas com muito cuidado e atenção pelo Governo português".
"Estamos preparados para as deportações", afirmou.
O deputado do PS e antigo secretário de Estado das Comunidades José Luís Carneiro afirmou que a medida anunciada por Trump pode afetar 3.600 portugueses, sendo Portugal, a par da China e Espanha, um dos três países com mais 'overstayers', imigrantes que viajaram para os EUA com um visto de 90 dias e que excederam esse prazo.
Antes de entrar para a audição regimental, Rangel disse à imprensa que "o Ministério dos Negócios Estrangeiros, através da secretaria de Estado das Comunidades, está sempre pronto para resolver as situações que venham a ocorrer e dentro dos mecanismos próprios do Direito internacional".
"Não há nenhuma situação que indicie alarme ou uma preocupação especial", mas o Governo mantém "uma atenção, uma vigilância maior, que será feita com todo o cuidado e diplomacia", adiantou o ministro, que salientou: "Não antecipo nenhuma crise".
No dia seguinte à posse do republicano Donald Trump como 47.º Presidente norte-americano, Rangel destacou que "a relação com os Estados Unidos é fundamental para Portugal".
"Queremos ter, como sempre tivemos, as melhores relações com os Estados Unidos e com a nova administração do Presidente Trump, que não é a primeira vez que é Presidente e temos já experiência de lidar com a sua administração", comentou.
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