A possibilidade do governo descongelar o valor das propinas está a levantar bastantes preocupações entre os estudantes.
Considerada como uma medida que representa um retrocesso inaceitável, os estudantes dizem que a concretizar-se pode colocar em causa o acesso universal e democrático à educação superior.
A notícia foi avançada pela RTP e diz que o descongelamento das propinas poderá estar prevista no próximo Orçamento do Estado e começar a ser aplicado a partir de 2025.
A Associação Académica de Coimbra enviou já uma carta a Luís Montenegro e ao ministro da Educação a sublinhar a profunda preocupação e oposição a esta medida. Pede ainda uma audiência com carácter de urgência.
Também a juventude comunista apelou à luta dos estudantes contra este possível aumento de propinas.
Por agora o Ministério da Educação, Ciência e Inovação ainda não confirmou se esta hipótese está a ser ponderada. Diz apenas que o Orçamento do Estado para o próximo ano ainda está em processo de elaboração
Ainda que o aumento previsto seja de 2%, Luís Guedes, vice-presidente da Associação de Estudantes da Universidade do Minho garante que a medida é inaceitável e preocupante.
"Achávamos que esta caixa estava encostada num canto e que nunca veríamos o valor da propina máximo tabelado em Portugal subir novamente", disse Luís Guedes.
À SIC, o vice-presidente confessou, inclusive, que o que os estudantes esperavam um "decréscimo" dos valores da propina, uma vez que os custos para estudar no Ensino Superior são cada vez maiores.
"O que deixa alguma esperança é o facto de o ministério da Educação ainda não ter confirmado que esta medida vai efetivamente acontecer", garantiu Luís Guedes que pediu ao Governo mais apoios para os estudantes universitários.
"Precisamos de alojamento mais acessível, de bolsas de estudo que abranjam mais estudantes e com um valor mais adequado (…) de acesso mais facilitado ao desporto, à saúde mental e aos cuidados de saúde (…)", afirmou.