Israel anunciou, esta terça-feira, um cessar-fogo no Líbano. O gabinete de guerra israelita chegou a acordo para que os ataques parem, a partir desta quarta-feira. A trégua deverá estar em vigor durante 60 dias. Netanyahu diz que vai agora concentrar-se na ameaça do Irão.
O anúncio surge depois de Benjamin Netanyahu ter reunido, esta tarde, um grupo restrito do gabinete de guerra para discutir o assunto. O acordo vai ser levado, esta noite, à totalidade do gabinete. Inclui a deslocação das forças do Hezbollah para Norte e a garantia de uma zona tampão com Israel a Sul. A segurança na zona deverá ser garantida pelas Nações Unidas e pelo exército do Líbano.
Numa declaração feita ao país, após a reunião, o chefe de governo israelita enumerou três razões para aceitar o cessar-fogo: virar o foco para o combate à "ameaça iraniana", reabastecer as reservas de armas e isolar o Hamas, o grupo que Israel está a combater em Gaza.
E se a trégua for quebrada? "Atacamos"
O primeiro-ministro israelita prometeu, apesar de tudo, que se o Hezbollah quebrar o acordo, Israel irá atacá-lo "decisivamente".
"A duração do cessar-fogo depende do que vier a acontecer no Líbano. Em total consonância com os Estados Unidos, mantemos plena liberdade de ação militar", declarou.
"Se o Hezbollah violar o acordo e tentar munir-se de armas, atacaremos. Se tentar recuperar as infraestruturas terroristas, junto à fronteira, atacaremos", acrescentou.
Benjamin Netanyahu defendeu que a ofensiva israelita conseguiu fazer com que "o Hezbollah recuasse décadas", aniquilando líderes do grupo e destruindo grande parte do armamento que tinha.
“Estamos a mudar o rosto do Médio Oriente”, afirmou.
Gaza? "A guerra não terminará"
Netanyahu declarou também que vai fazer com que todos os cidadãos no Norte do país retornem a casa e, apesar do cessar-fogo no Líbano, prometeu continuar o combate ao Hamas e trazer de volta os reféns de Israel que ainda estão em Gaza.
"Vamos conseguir a vitória. Vamos eliminar o Hamas, vamos recuperar todos os nossos reféns, vamos garantir que Gaza deixará de ser uma ameaça para Israel e vamos devolver os residentes do Norte em segurança às suas casas", jurou o líder israelita.
"A guerra não terminará enquanto não atingirmos todos os objetivos", sublinhou.
Ataques em força horas antes
Horas antes do anúncio do cessar-fogo, Israel atacou fortemente a zona a sul da capital libanesa, fazendo pelo menos sete mortos e 37 feridos, de acordo com as autoridades do Líbano.
O país fez também o maior alerta de evacuação que alguma vez tinha feito, ordenando aos civis que abandonassem 20 localidades, por onde acredita que o Hezbollah estará espalhado.
Pelo menos 3823 pessoas foram mortas no Líbano, no último ano, outras 15.859 ficaram feridas e maisde um milhão foram deslocadas, devido à guerra. Por sua vez, o Hezbollah já matou pelo menos 45 civis e 73 militares israelitas, durante o conflito.
[Notícia atualizada às 19h44]