"O nosso governo esforçar-se-á por ser (...) um governo que inicia a reforma e se mobiliza para a salvação", afirmou Salam na abertura da discussão do programa do executivo, citado pela agência espanhola EFE.

Salam disse ter consciência de que a reforma é o "caminho para a salvação" do Líbano e prometeu "trabalhar rapidamente para reconstruir o que foi destruído pela agressão israelita".

Israel iniciou uma ofensiva contra o grupo xiita libanês Hezbollah em setembro passado, seguida de uma invasão do sul que terminou com um cessar-fogo no final de novembro.

A ofensiva visou travar ataques do grupo pró-iraniano contra o norte de Israel, depois de o exército israelita ter invadido Gaza após os atentados do grupo radical palestiniano Hamas em 07 de outubro de 2023.

Israel ainda mantém tropas no sul do Líbano, apesar de o acordo de cessar-fogo prever que o exército libanês será responsável pela segurança junto à fronteira dos dois países.

Salam disse também que vai tentar garantir o financiamento da reconstrução do Líbano através de "um fundo específico e transparente".

O primeiro-ministro apelou constantemente para que seja recuperada a confiança do público, perdida durante as últimas décadas de corrupção no país mediterrânico.

"Hoje, temos de corresponder às expectativas do povo libanês de um Estado capaz, justo, moderno e eficaz, que lhe devolva a confiança", afirmou.

Referiu que o governo está igualmente empenhado em tomar as medidas necessárias para libertar os territórios libaneses sob ocupação israelita e alargar a soberania do Estado a todo o Líbano.

Para isso, prometeu recorrer a todas as capacidades nacionais, "incluindo a projeção do exército libanês ao longo das fronteiras internacionalmente reconhecidas do país".

A interferência de diferentes países no Líbano tem sido uma das questões mais polémicas no pequeno país com 18 comunidades religiosas.

Salam afirmou que o novo governo será neutro na competição política entre partidos e grupos, sem que as quotas sectárias dominem as nomeações.

"As nomeações para altos cargos governamentais serão feitas com base no mérito e na competência, assegurando uma representação equitativa de cristãos e muçulmanos, sem atribuir cargos específicos a determinadas seitas", afirmou.

Nawaf Salam concluiu o seu longo discurso afirmando que os libaneses estão "divididos há muito tempo".

"O mundo não respeitará o Líbano nem o levará a sério se não nos unirmos todos sob a sua bandeira", acrescentou.

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