As projeções da votação de segunda-feira apontam para que o chefe do Governo obtenha uma maior fatia dos 343 lugares do parlamento do que os conservadores.

Mas ainda não é claro se os liberais irão conseguir uma maioria, o que lhes permitiria aprovar legislação sem precisar de ajuda.

As projeções dão ao Partido Liberal pelo menos 155 lugares, contra 119 do Partido Conservador, seguido pelo Bloco do Quebeque (21 lugares) e pelo Novo Partido Democrático, com apenas sete lugares.

No entanto, à medida que a contagem dos votos avança lentamente num vasto país, que abrange seis fusos horários, até agora só foram formalmente atribuídos 40 deputados para os liberais contra 39 para os conservadores.

Quase 29 milhões dos 41 milhões de habitantes do Canadá foram chamados às urnas neste vasto país do bloco G7. Um recorde de 7,3 milhões de pessoas votaram antecipadamente.

Há apenas alguns meses, o caminho parecia claro para o rival Pierre Poilievre conduzir o Partido Conservador de volta ao poder após dez anos sob o comando do liberal Justin Trudeau.

Mas o regresso de Donald Trump à Casa Branca e a sua ofensiva sem precedentes contra o Canadá, com tarifas e ameaças de anexação, mudaram a situação.

Na segunda-feira, numa mensagem publicada na sua rede social Truth Social, Trump fez votos de "boa sorte ao grande povo do Canadá".

Dando a entender que os eleitores canadianos o deveriam estar a escolher a si, apelou à eleição do "homem que tem força e sabedoria" para "cortar os impostos para metade", no caso de o Canadá se tornar "o 51º estado dos Estados Unidos da América".

"Apenas coisas positivas, sem coisas negativas", acrescentou Trump, defendendo que os canadianos devem optar por ser anexados por Washington.

"Os EUA não podem continuar a subsidiar o Canadá com centenas de milhares de milhões de dólares por ano, como os que gastámos no passado", escreveu Trump.

Desde que assumiu o cargo, em janeiro deste ano, Trump tem declarado repetidamente o seu interesse em anexar o Canadá, utilizando inclusive a "força económica" dos EUA.

Em resposta, tanto Carney como Poilievre rejeitaram a intromissão de Trump nas legislativas e frisaram que a decisão cabe aos eleitores.

"Isto é o Canadá e nós decidimos o que cá se passa", afirmou Carney, numa mensagem divulgada nas redes sociais em que pediu aos cidadãos para se apresentarem "unidos e fortes".

Poilievre também se dirigiu a Trump nas redes sociais: "Não se meta nas nossas eleições", exigiu.

"As únicas pessoas que decidirão sobre o futuro do Canadá são os canadianos quando votarem", salientou.

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