O Presidente russo, Vladimir Putin, concedeu o perdão oficial a 13 pessoas condenadas na Rússia e libertadas, esta quinta-feira, numa troca de prisioneiros com os Estados Unidos da América (EUA) e outros países ocidentais.

Em comunicado, o Kremlin (presidência russa) agradeceu aos governos estrangeiros que contribuíram para a troca e indicou que Putin assinou os decretos de indulto das penas de Evan Gershkovich, Paul Whelan, Oleg Orlov, Lilia Tchanycheva, Ksenia Fadeeva, Vladimir Kara-Murza, Ilia Iachine, Alexandra Skotchilenko, Alsu Kurmasheva, Andrei Pivovarov, Vadim Ostanine, Demouri (Dieter) Voronine e Kevin Lick.

Paralelamente, o Serviço Federal de Segurança (FSB) da Rússia confirmou a libertação de oito russos encarcerados em países ocidentais em troca de 13 russos e estrangeiros que cumpriam pena em prisões deste país.

"O seu regresso foi possível graças ao trabalho sistemático e aplicado dos departamentos governamentais competentes, bem como dos parceiros estrangeiros", informou o FSB em comunicado recolhido pela agência de notícias russa TASS.

O gabinete de imprensa do FSB precisou que os presos entregues por Moscovo trabalhavam "em interesse de Estados estrangeiros e em prejuízo da segurança da Federação Russa".

Já Dmitri Medvedev, ex-Presidente e membro do Conselho de Segurança russo, saudou o regresso à Rússia de cidadãos que "trabalharam pela pátria".

"Eu, evidentemente, quero que os traidores da Rússia morram num caixão ou morram na prisão, (...) mas é mais útil recuperar os nossos, aqueles que trabalharam para o país, para a pátria, para todos nós", escreveu Medvedev no Telegram.

Jornalista e ex-fuzileiro entre os libertados

A Turquia informou no mesmo dia ter coordenado uma troca de um total de 26 prisioneiros entre a Rússia e vários países ocidentais, incluindo os EUA e a Alemanha, na qual foram libertados o jornalista norte-americano Evan Gershkovich, acusado de espionagem e condenado pela justiça russa, e o ex-fuzileiro norte-americano Paul Whelan.

Ao abrigo deste acordo, e segundo Washington, um total de 16 pessoas foram libertadas das cadeias russas. A troca é já considerada como a maior entre Moscovo e capitais ocidentais na era pós-soviética.

Joe Biden agradece ajuda dos países aliados

Na reação ao acordo, o Presidente dos EUA, Joe Biden, falou num "feito diplomático" e condenou os "julgamentos-espetáculo" na Rússia que levaram à condenação do jornalista norte-americano Evan Gershkovich, libertado na troca de prisioneiros.

"As autoridades russas prenderam-nos e, em julgamentos-espetáculo, condenaram-nos a longas penas de prisão sem qualquer razão legítima", disse Biden, num discurso, referindo-se aos três cidadãos norte-americanos libertados na operação de troca de prisioneiros entre Moscovo e o Ocidente.
"O acordo que lhes garantiu a liberdade foi um feito diplomático. No total negociámos a libertação de 16 pessoas da Rússia -- incluindo cinco alemães e sete cidadãos russos que eram prisioneiros políticos no seu próprio país", disse Biden, num comunicado, antes de uma declaração feita a partir da Casa Branca.

Na nota informativa, o Presidente norte-americano mostrou-se "grato aos aliados", que diz terem colaborado nas "negociações difíceis e complexas para alcançar este resultado", incluindo a Alemanha, a Polónia, a Eslovénia, a Noruega e a Turquia.