À moda antiga, o Presidente russo, Vladimir Putin, desafiou os Estados Unidos para uma espécie de duelo entre o novo armamento hipersónico russo, o Oreshnik, e os sistemas de defesa antimíssil ocidentais, a realizar-se em Kiev, na Ucrânia. Declarações que fez enquanto afirmava que não fala com Donald Trump há mais de quatro anos, mas está pronto para o fazer.
"Que escolham qualquer instalação para atacarmos, digamos, em Kiev. Que concentrem aí todos os seus sistemas antiaéreos e antimísseis. E nós atacaremos com [um míssil] Oreshnik", afirmou Putin, citado pela agência espanhola EFE.
"Veremos o que acontece. Estamos prontos para essa experiência", disse Putin durante a suaconferência de imprensa para fazer o balanço do ano, vista pela televisão por milhões de russos.
A Rússia usou recentemente pela primeira vez os mísseis hipersónicos Oreshnik contra a Ucrânia e tem afirmado que nenhum sistema de defesa antiaérea ocidental é capaz de enfrentar a nova arma russa.
O líder russo disse também estar pronto para se encontrar "a qualquer momento" com o próximo Presidente norte-americano, Donald Trump, que recentemente apelou a um cessar-fogo e a negociações entre Rússia e Ucrânia.
"Não sei quando é que o vou ver. Ele [Donald Trump] não está a dizer nada sobre isso. Não falo com ele há mais de quatro anos. Estou pronto para o fazer, claro. Em qualquer altura", disse Putin.
Falha grave de segurança, aponta Putin
O Presidente da Rússia classificou ainda como uma “falha grave” dos serviços de segurança o assassinato, esta semana em Moscovo, do tenente-general Igor Kirillov, chefe da defesa radiológica, química e biológica da Rússia. “O assassinato de Kirillov significa que as nossas forças da ordem e os nossos serviços especiais deixaram passar este tipo de ataques”, admitiu.
“Temos de melhorar o nosso trabalho e evitar falhas tão graves”, acrescentou, citado pelas agências espanhola EFE e francesa AFP.
Entretanto, o Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB) anunciou na quarta-feira a detenção do alegado autor do atentado que matou Kirillov.
O FSB disse num comunicado que o detido é um cidadão do Uzbequistão nascido em 1995, cuja identidade não foi revelada, que confessou ter sido recrutado pelos serviços secretos ucranianos.