No decurso de uma reunião especial sobre a situação nas zonas fronteiriças e transmitida pela televisão estatal, Putin também considerou que outros dos objetivos da operação militar ucraniana consiste em melhorar as posições de Kiev em eventuais negociações de paz.
"Torna-se agora claro que o regime e Kiev recusaram as nossas propostas para o regresso a um plano de acordo pacífico", disse Putin.
"O inimigo, com a ajuda dos seus chefes ocidentais, está agora a efetuar a sua aposta, e o Ocidente mantém uma guerra contra nós utilizando-se dos ucranianos para melhorar a sua posição negocial no futuro", indicou, citado pela agência Tass.
Contudo, enfatizou que manter conservações com um Governo "que ataca civis" não faz sentido.
"Mas de que negociações podemos falar agora? Que poderemos falar com eles?", questionou, para acrescentar que a Rússia se prepara para uma resposta firme às ações da Ucrânia e alcançará todos os objetivos estabelecidos.
As forças ucranianas desencadearam na passada terça-feira uma incursão de assinalável amplitude na região fronteiriça russa de Kursk, a mais importante desde a invasão em larga escala da Ucrânia pelas forças russas em fevereiro de 2022.
Na perspetiva de Putin, outro dos objetivos da incursão ucraniana na região de Kursk consiste em travar a ofensiva de Moscovo no leste e sul da Ucrânia.
"A principal tarefa do Ministério da Defesa consiste sem qualquer dúvida em expulsar o inimigo dos nossos territórios", acrescentou Putin, antes de acusar Kiev de "executar a vontade dos ocidentais" e pretender "semear a discórdia" na sociedade russa.
"Um outro objetivo do inimigo consiste em semear a discórdia e a divisão na nossa sociedade, intimidar as pessoas, destruir a unidade e a coesão da sociedade russa", declarou no decurso da reunião governamental.
De acordo com o governador interino de Kursk, Alexei Smirnov, que manteve um contacto com Putin através de videoconferência, as forças ucranianas ocupam 28 localidades nesta zona.
Smirnov precisou que operação ucraniana se estende numa zona de 12 quilómetros de profundidade e 40 quilómetros de largura, com um balanço provisório de pelo menos 12 mortos e 121 feridos civis.
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