
O Presidente russo, Vladimir Putin, afirmou esta sexta-feira que as sanções internacionais impostas à Rússia pela invasão da Ucrânia, iniciada há quase três anos, serviram para "estimular" a economia nacional e o desenvolvimento da ciência.
"Os problemas externos, as sanções, com todos os desafios e dificuldades que implicam, têm desempenhado um papel estimulante para nós. As empresas russas estão a recorrer cada vez mais aos nossos cientistas e a receber essa ajuda", afirmou Putin em Moscovo no Fórum das Tecnologias do Futuro, sublinhando que "as soluções nacionais são frequentemente mais eficazes do que as estrangeiras" e que o seu Governo vai promover uma "base jurídica para a cooperação entre investigadores e clientes".
“Portas abertas”
Apesar de tudo, o líder russo enviou também uma mensagem à comunidade científica internacional para "trabalhar em conjunto" com Moscovo.
"As nossas portas estão abertas, estamos sempre satisfeitos por ver os nossos amigos e colegas", afirmou Putin, citado pela agência noticiosa TASS.
Ao abordar questões científicas, o líder russo aproveitou a oportunidade para falar do míssil hipersónico Oreshnik, recentemente fabricado por Moscovo e já testado em território ucraniano. Putin sublinhou que este novo míssil de médio alcance é o resultado de avanços científicos em materiais.
"Toda a gente fala do Oreshnik e dos materiais de que é feito. As temperaturas destas ogivas correspondem à temperatura da superfície do Sol", disse Putin, recordando que Moscovo trabalhava neste projeto desde a década de 1980 e que não tinha sido possível concluí-lo "porque não havia materiais".
O Presidente russo propôs ainda a concessão de benefícios fiscais aos produtores nacionais, no caso de as marcas estrangeiras que abandonaram o mercado russo após o início da guerra na Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, voltarem a operar em território russo.