"O Sr. Trump, como candidato presidencial, diz que está pronto e disposto a parar a guerra na Ucrânia. Levamos tudo isto muito a sério", declarou o Presidente russo durante uma conferência de imprensa em Astana.

"Claro que não conheço as suas possíveis propostas sobre como ele pretende fazer isso. E claro que essa é uma questão fundamental. Mas não tenho dúvidas de que fala com sinceridade e nós apoiaremos", prosseguiu.

A reação de Putin surge a menos de uma semana da cimeira da NATO em Washington, onde se prevê que a Ucrânia seja um dos temas dominantes.

A perspetiva de vitória de Donald Trump nas eleições norte-americanas, em novembro, coloca grandes incertezas sobre a sustentabilidade do apoio de Washington, que é essencial para que Kiev resista à invasão em grande escala da Rússia.

Em maio de 2023, Donald Trump afirmou que acabaria com o conflito "em 24 horas" se voltasse a liderar a Casa Branca.

Na semana passada, durante o seu debate com o democrata e atual Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, também afirmou que se um Presidente norte-americano "respeitado por Putin" estivesse no poder no início da agressão russa, em fevereiro de 2022, o líder russo "nunca teria invadido a Ucrânia".

Vladimir Putin também disse hoje que Moscovo aguardaria os resultados das eleições presidenciais norte-americanas e "o estado de espírito e as orientações da futura administração" antes de qualquer retoma de diálogo sobre "estabilidade estratégica".

O líder russo reafirmou que se opõe a qualquer cessar-fogo na Ucrânia, se Kiev não fizer concessões permanentes à Rússia.

"Não podemos excluir que (...) o inimigo utilize o cessar-fogo para melhorar as suas posições, rearmar-se, complementar o seu exército através da mobilização forçada e estar pronto para continuar o conflito armado", afirmou.

Em 14 de junho, Putin propôs um cessar-fogo e a abertura de negociações de paz com a Ucrânia se esta retirasse as suas tropas de quatro regiões que Moscovo ocupa parcialmente e abandonasse o seu plano de aderir à NATO.

A Ucrânia, os Estados Unidos e a NATO rejeitaram imediatamente estas condições.

HB // PDF

Lusa/Fim