![Quase 60% dos professores admitem que já sofreram bullying nas escolas](https://homepagept.web.sapo.io/assets/img/blank.png)
Quase 60% dos professores admitem já ter sofrido bullying nas escolas. A maioria dos agressores são os alunos, mas os pais também estão entre os responsáveis.
Esta é a principal conclusão do estudo “Instantâneos da Escola Pública: Inquérito Bullying a professores” do Movimento Missão Escola Pública, avançado pelo jornal Expresso e publicado nas redes sociais.
Ao todo foram ouvidos 2529 docentes, dos quais 59% dizem já ter sido alvo de violência psicológica e/ou física, e apenas 18% dos casos de bullying foram reportados à Escola Pública, o que, segundo o estudo, "evidencia a falta de suporte institucional e a falta de confiança no sistema de apoio".
As agressões verbais representam quase dois terços das ameaças e 10% dos professores dizem ter sido vítimas de violência física.
Segundo o inquérito, as formas de bullying mais comum contra professores são as agressões verbais (63%), ameaças (47%) e coação (45%).
Os alunos são a maioria dos agressores, mas os pais foram os responsáveis por 8% dos episódios de agressões físicas.
Cerca de 15% dos professores ouvidos por este estudo dizem que já estiveram de baixa médica por causa do bullying de que foram vítimas.
A maioria dos casos de bullying ocorre nos grandes centros urbanos: Lisboa (26,29%), Porto (18,11%) e Setúbal (15,36%). As mulheres são as mais afetadas (62%) e é mais prevalente entre docentes entre os 51 e os 60 anos, embora o problema também afete os mais jovens.
Movimento Escola Pública denuncia "números alarmantes"
O Movimento Missão Escola Pública considera que os dados revelados por este estudo são alarmantes. A porta-voz deste grupo pede um reforço do apoio psicológico que é disponibilizado aos professores.
Cristina Mota defende ainda a criação de um gabinete de apoio legal nas escolas ou nas autarquias, a que os professores possam recorrer.
"Muitas vezes um professor que é vítima de bullying, perseguição, coação, ameaça, não tem resposta a nível de escola para esta situação e tem de procurar a título particular, portanto, um apoio jurídico ou um aconselhamento em termos legais."