O anúncio foi feito esta quarta-feira. Donald Trump anunciou mais um nome para a sua futura administração. Escolheu Pete Hegseth, de 44 anos. Um veterano de guerra, sem experiência política, e que, até agora, era apresentador do programa "Fox & Friends", da Fox News.
"O Pete passou toda a vida como um guerreiro das tropas e do país. O Pete é duro, inteligente e um verdadeiro crente no [slogan] América em Primeiro Lugar ", disse Trump em comunicado.
Pete Hegseth construiu uma sólida presença como comentador de televisão e defensor das políticas conservadoras de Trump. Fez parte da Guarda Nacional do Exército. Cumpriu serviço militar no Iraque e no Afeganistão que lhe valeram duas estrelas de bronze.
Entre as missões que desempenhou, a CBS News destaca o cargo de diretor executivo da Vets for Freedom, uma organização fundada em 2006 por veteranos de guerra. Em 2012, entrou na corrida ao partido republicano para destituir a senadora Amy Klobuchar, mas acabou por não ser bem-sucedido.
Quatro anos depois, quando Trump conquistou pela primeira vez a presidência dos Estados Unidos, o nome de Hegseth surgiu para o Departamento de Assuntos de Veteranos. Mas não passou do papel. O nome foi posto uma segunda vez em cima da mesa em 2018, após críticas a David Shulkin antes da demissão.
De estrela de Televisão ao Pentágono
Atualmente apresenta ao fim de semana, juntamente com Jedediah Bila e Rick Reichmuth, o programa Fox & Friends.
A relação de Hegseth com Trump vem de longa data, marcada por uma defesa acérrima das ações e políticas do Presidente eleito, incluindo o apoio à retirada de tropas norte-americanas de cenários de guerra no estrangeiro e a defesa dos veteranos.
A par disso está, também, a promover o seu livro “A guerra contra os guerreiros: por detrás da traição dos homens que nos mantêm livres”. Obra que foi merecedora de vários elogios por parte de Donald Trump. Hegseth argumenta que as elites norte-americanas traíram os militares ao subestimar o seu valor, posicionando-se contra o que considera uma erosão moral das Forças Armadas.
O presidente eleito, aquando do anúncio do nome de Hegseth para a pasta da defesa, referiu que o livro esteve “nove semanas na lista dos mais vendidos do New York Times, incluindo duas semanas em número um”.
Um nome controverso no meio militar
No cargo de Secretário da Defesa vai dirigir o Pentágono num contexto de crescentes conflitos a nível mundial. No entanto, a sua indicação, afastou-se do perfil técnico que caracteriza a liderança do Pentágono, levantando questões sobre a sua preparação para dirigir a maior força militar do mundo.
A escolha gerou reações mistas em Washington: enquanto alguns republicanos consideram a sua experiência de combate um trunfo para o cargo, outros expressaram reservas sobre a falta de experiência de Hegseth em cargos de alta responsabilidade e sobre a sua capacidade de adaptação aos complexos desafios na área da Defesa.
Se vier a ser confirmado no Senado, Hegseth ficará o responsável pela coordenação de mais de um milhão de soldados em serviço ativo, além de liderar operações estratégicas em bases e em regiões de conflito pelo mundo.
Com Lusa