
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, considerou esta sexta-feira, em Kiev, na Ucrânia, que o cessar-fogo é “necessário”, mas mostrou-se cauteloso com a decisão da Rússia.
O chefe da diplomacia portuguesa chegou esta sexta-feira de manhã à capital ucraniana, para uma visita de um dia.
Com uma "agenda bastante completa", Rangel vai visitar um hospital pediátrico nos arredores de Kiev e reunir-se com vários responsáveis políticos, incluindo o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia.
Antes de cumprir a agenda do dia, falou com os jornalistas e reconheceu que o cessar-fogo é “sem dúvida necessário”: “A situação no terreno é extremamente difícil. As baixas de ambas as partes são grandes”.
O ministro considerou que o “impulso americano” foi importante para chegar às negociações. Ainda assim, mostrou-se “extremamente cauteloso”, dizendo que não acredita que a Rússia vá aceitar o cessar-fogo nos termos propostos.
“Não estou nada seguro de que a Federação Russa vá aceitar um cessar-fogo nestes termos. Não estou seguro.”
Os Estados Unidos da América propuseram uma trégua de 30 dias na guerra na Ucrânia, que foi aceite por Kiev. Do lado russo, o Presidente Vladimir Putin admitiu aceitar um cessar-fogo temporário, mas alertou que ainda estavam por definir “questões sérias” e “detalhes chave”.
E sobre a política portuguesa?
Na mesma entrevista, o vice-presidente social-democrata rejeitou "forçar análises" sobre as declarações que o Presidente da República fez ao país na quinta-feira à noite, nas quais anunciou as eleições para 18 de maio.
"Sobre a declaração do Presidente da República, ela não podia ter sido mais imparcial."
O ministro considerou mesmo que "não vale a pena estar a forçar análises que muitos querem fazer de um lado e do outro"
Rangel acrescentou ainda que a decisão de avançar para eleições foi o método que o Marcelo encontrou para resolver o "impasse político", gerado pela polémica com o primeiro-ministro em torno da empresa Spinumviva.