O Atlas Artístico e Cultural de Portugal, realizado no âmbito de um acordo entre a Direção-Geral das Artes (DGArtes) e o ISCTE, através do Observatório Português das Atividades Culturais (OPAC), a que a Lusa teve acesso, identifica 196 municípios (66% dos 297 concelhos do Continente e dos Açores, visto não haver dados para a Madeira) com pelo menos um "recinto de espetáculos de natureza artística para a realização de atividades das artes do espetáculo".

Em 2022, eram 384 os recintos licenciados pela Inspeção-Geral das Atividades Culturais, dos quais a maioria (66,4%) têm gestão pública.

A localização dos recintos concentra-se na Área Metropolitana de Lisboa, que inclui 19 municípios todos com pelo menos um recinto, no Centro e no Alentejo, regiões onde 69% dos concelhos têm pelo menos um recinto de espetáculos.

Dos 196 municípios com recintos, a maioria (138) tem apenas um, 51 têm entre dois e quatro, e sete municípios possuem mais de cinco recintos (Braga, Coimbra, Espinho, Évora, Lisboa, Oeiras e Porto).

Dos 384 recintos registados em Portugal, a esmagadora maioria (96,4%) está capacitada para acolher espetáculos de música, de teatro (88,8%) e de dança (86,2%). No entanto, apenas 2,3% (nove recintos) conseguem acolher espetáculos de circo.

Apesar de haver recintos em apenas 196 municípios, em 2021 realizaram-se sessões de espetáculos em 259.

Nesse ano, realizaram-se em Portugal 24,5 mil sessões de espetáculos ao vivo, tendo a maior parte (36,6%) acontecido na Área Metropolitana de Lisboa, seguindo-se as regiões Centro (23,9%) e Norte (23,3%).

Ainda em 2021, os recintos de espetáculos receberam um total de 3,6 milhões de espectadores.

Mais uma vez, as percentagens mais elevadas de espectadores concentram-se nos concelhos da AML (38,3%) e no Norte (29,3%).

As regiões com menos peso são a Madeira e os Açores (abaixo dos 2%).

Os espetáculos de música são os que registam mais espectadores, quase metade, seguindo-se os de teatro (27%).

O Atlas Artístico e Cultural de Portugal, que resulta de uma decisão governamental tomada em junho de 2020, quando o Ministério da Cultura era tutelado por Graça Fonseca, é apresentado hoje numa cerimónia pública na Biblioteca Nacional de Portugal, em Lisboa.

JRS // MAG

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