O presidente do Chega Madeira reagiu há instantes à apresentação do XVII Governo Regional, liderado por Miguel Albuquerque, considerando que a nova composição do executivo confirma os alertas que o partido tem vindo a fazer ao longo dos últimos anos.

“Este novo governo vem dar razão ao Chega, porque afasta vários membros do anterior executivo que se encontram na condição de arguidos. Só não sai de presidente o próprio Miguel Albuquerque porque também ele está ‘alapado’ nessa condição”, afirmou o dirigente, numa crítica directa ao líder do PSD-M, que continua sob investigação judicial.

Reconhecendo que os madeirenses votaram maioritariamente no PSD, o líder do Chega sublinha, no entanto, que isso não significa um mandato pessoal a Miguel Albuquerque. “Não foi Miguel Albuquerque quem os madeirenses escolheram, mas sim o partido, portanto este é um governo fragilizado, com pouca margem de confiança da parte de muitos cidadãos”, disse.

Uma das críticas mais incisivas foi dirigida à nomeação de Paula Margarido para a Secretaria Regional da Inclusão e Assuntos Sociais. O líder do Chega considera incompreensível a escolha de uma responsável que, no passado recente, “afirmou publicamente que na Madeira não há pobreza”, num momento em que a Região continua a registar a segunda taxa mais elevada de risco de pobreza a nível nacional.

“É inaceitável entregar a pasta dos Assuntos Sociais a alguém que nega a realidade. A pobreza existe na Madeira e atinge milhares de famílias. Ignorá-la é fechar os olhos a quem mais precisa”, afirmou, acrescentando que espera que a nova secretária “leia bem a realidade da Região e perceba que há muitas pessoas que precisam, efectivamente, de apoio e atenção por parte do Governo Regional”.

O líder do Chega foi ainda mais longe ao questionar a legitimidade ética e política do novo executivo. “O que é que se pode esperar de Miguel Albuquerque, quando já surgiram casos de alegada corrupção e houve secretários regionais — como o das Finanças — constituídos arguidos? Este é um governo politicamente frágil e moralmente condicionado.”

Apesar das críticas, o dirigente reiterou o compromisso do Chega com o funcionamento democrático das instituições e com o papel da oposição. “Oferecemos aos madeirenses uma alternativa. Fizemos o que é o máximo que se pode fazer em democracia — permitir a escolha. A maioria não votou no PSD, e a abstenção foi elevada. Cabe agora ao Chega cumprir o seu papel: escrutinar, fiscalizar e denunciar tudo aquilo que for contrário ao interesse dos madeirenses.”