Uma empresa de biotecnologia e engenharia genética norte-americana afirma estar perto de "ressuscitar" uma espécie animal extinta: o mamute-lanoso que deixou de existir cerca de 10 mil anos antes de Cristo.

Os recentes avanços científicos estão a trazer cada vez mais perto da realidade o regresso de espécies há muito extintas, disse Ben Lamm, cofundador e CEO da Colossal Biosciences, à Live Science. A empresa pretende produzir as primeiras crias semelhantes a mamutes até 2028 e “é altamente provável que se possa alcançar outra espécie antes disso”, disse Lamm, referindo-se a outros projetos da empresa: o dodo (Raphus cucullatus) e o tigre-da-tasmânia(Thylacinus cynocephalus).

Os mamutes-lanosos (Mammuthus primigenius) viveram no Ártico entre 300 mil e 10 mil anos a.C.. Para produzir crias, os cientistas da Colossal vão primeiro identificar os genes que codificam as características físicas mais emblemáticas deste animal, como o pelo despenteado, as presas curvas, os depósitos de gordura e um crânio em forma de cúpula. Depois, vão inserir estes genes no genoma de elefantes asiáticos (Elephas maximus) que são geneticamente semelhantes.

VCG

Ressuscitar outros animais extintos

Em 2023, uma equipa da Universidade de Estocolmo liderada pelo professor de genética evolutivaLove Dalén, conseguiu recuperar ácido ribonucleico (RNA) do extinto tigre-da-Tasmânia, "um primeiro passo em direção à eventual possibilidade de ressuscitar espécies extintas", segundo o cientistaque faz parte do conselho consultivo da ColossalBiosciences.

A equipa de Love Dalén sequenciou com sucesso o RNA de um espécime de tigre-da-Tasmânia com 130 anos, que estava armazenado no Museu Nacional de História Natural de Estocolmo desde 1891, e foram capazes de reconstituir o RNA dos músculos e da pele do animal mumificado,

Os investigadores também acreditam haver a possibilidade de alargar a recuperação do RNA a outras coleções de outros museus do mundo.

“Existem milhões e milhões de peles e tecidos secos de insetos, mamíferos e aves em coleções de museus de todo o mundo e poderíamos recuperar o RNA de todos esses espécimes”, afirmou Love Dalén.

Ilustração de dodó das ilhas Maurícias
Ilustração de dodó das ilhas Maurícias Getty Images

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