As autoridades russas ordenaram esta segunda-feira a evacuação obrigatória das localidades fronteiriças com a Ucrânia em mais dois distritos em Kursk, durante a contraofensiva das forças de Moscovo para tentar repelir a invasão das tropas ucranianas na região.

O governador de Kursk, Alexei Smirnov, indicou no Telegram que se trata das localidades que se encontram nas imediações da linha de fronteira ao longo de uma faixa de 15 quilómetros.

A decisão foi tomada para garantir a segurança dos residentes nas zonas fronteiriças dos distritos de Rilsk e Khomutovski, que ficam a poucos quilómetros das zonas de combate. Tanto as autoridades locais como as forças de segurança e os voluntários do centro Patriot serão responsáveis pelas evacuações.

Entretanto, o exército russo afirmou que tomou mais duas localidades em Kursk, uma das quais perto de Sudzha, o principal bastião ucraniano na região fronteiriça. Segundo o Ministério da Defesa russo, o grupo militar Sever recuperou o controlo da localidade de Borki, a cerca de 14 quilómetros a sudeste de Sudzha.

Além disso, as tropas russas conquistaram também a aldeia de Uspenovka, que fica na mesma fronteira com a Ucrânia, a sul de Snagost, um posto fortificado recuperado na semana passada por Moscovo.

Estas afirmações surgem após o convite do chefe da diplomacia ucraniana, Andriy Sybiga, à ONU e o Comité Internacional da Cruz Vermelha para visitarem a parte da região russa de Kursk ocupada pelas forças de Kiev.

OUTRAS NOTÍCIAS QUE MARCARAM O DIA:

⇒ O Governo dinamarquês vai entregar à Ucrânia um novo lote de aviões de combate F-16 antes do final do ano, informou o ministro da Defesa do país escandinavo, Troels Lund Poulsen, em entrevista à agência Ritzau. Por razões de segurança, não especificou o número exato de aviões, mas indicou que seriam entregues antes do final do ano.

⇒ A Suécia está pronta para liderar as forças terrestres da NATO na Finlândia, que partilha uma fronteira com a Rússia, para reforçar a sua força de dissuasão, anunciaram os dois mais recentes membros da aliança militar. Ainda não foi tomada qualquer decisão sobre o número exato e a localização das tropas, afirmou o ministro da Defesa finlandês, Antti Häkkänen, numa conferência de imprensa com o homólogo sueco, Pål Jonson.

⇒ O Presidente ucraniano, Volodymir Zelensky, congratulou-se por o candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, ter saído "são e salvo" de uma aparente segunda tentativa de assassínio. "Este é o nosso princípio: o Estado de Direito é fundamental e a violência política não deve ter lugar em nenhuma parte do mundo", reiterou numa mensagem publicada na rede social X (antigo Twitter).

⇒ O Presidente russo, Vladimir Putin, decretou que o exército russo terá de ter 1,5 milhões de soldados, incluindo pessoal administrativo, até 1 de dezembro, mais 180 mil do que atualmente. Putin ordenou já ao Governo que atribua verbas orçamentais para colocar em prática este aumento.

⇒ Lviv, a maior cidade na região ocidental da Ucrânia, a 70 quilómetros da Polónia, tinha sofrido poucos ataques russos com mísseis e drones. Contudo, a 4 de setembro a narrativa alterou-se. Leia a reportagem do André Luís Alves na cidade.