"Gostaria de expressar a nossa solidariedade e o reconhecimento do Governo espanhol pela angústia e o sofrimento" das pessoas afetadas, disse Pedro Sánchez, citado pela agência noticiosa France-Presse (AFP).

Em declarações aos jornalistas após uma reunião com equipas de salvamento em Valência, Sánchez repugnou "qualquer tipo de violência", tendo considerado "alguns momentos absolutamente marginais".

A televisão pública espanhola (TVE) mostrou imagens de um veículo que deverá pertencer ao chefe do Governo cheio de lama e com um vidro traseiro partido, enquanto Sánchez foi vaiado e insultado pela multidão em Paiporta.

"O objetivo principal é salvar vidas, recuperar os corpos daqueles que morreram devido a esta catástrofe natural e, finalmente, passar à tarefa de reconstrução" das zonas afetadas, acrescentou.

A visita dos reis e do presidente do Governo de Espanha, bem como do presidente da comunidade Valenciana à localidade de Chiva, uma das mais afetadas pelo mau tempo na última semana, foi suspensa depois dos confrontos em Paiporta.

A comitiva onde seguiam foi recebida com apupos e insultos pela população de Paiporta, tendo o monarca sido também atingido com lama.

O rei e a rainha consorte, Letizia, acompanhados por Pedro Sánchez, pelo Presidente da Generalitat, Carlos Mazón, e pela Delegada do Governo na Comunidade Valenciana, Pilar Bernabé, estiveram pouco antes no posto de comando avançado instalado em Paiporta, uma das localidades mais atingidas pela intempérie, que já fez 217 mortos.

O cortejo foi interrompido e o monarca e Carlos Mazón, foram separados dos restantes. Enquanto caminhavam, dezenas de pessoas gritaram insultos e atiraram-lhes objetos e lama.

Ouviram-se gritos de "assassinos", "saiam daqui", "socorro", "Mazón demite-te" ou "Pedro Sánchez demite-te".

Na terça-feira, várias regiões de Espanha, entre as quais a Comunidade Valenciana estiveram sob a influência de uma "depressão isolada em níveis altos", um fenómeno meteorológico conhecido como DANA (DINA em português), que provocou chuvas torrenciais, inundações e avultados prejuízos.

Além das vítimas mortais, o temporal causou danos em infraestruturas de abastecimento, comunicações e transportes. Nas zonas afetadas estão mais de 7.000 militares e 10.000 elementos da Polícia Nacional e da Guarda Civil.

JO (RCP/MP) // CC

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