O primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, garantiu apoio a todos os afetados pelo mau tempo no país, que provocou mais de 50 mortos, e alertou que "a emergência continua" pedindo à população para extremar as precauções.

Numa declaração ao país a partir da sede do Governo espanhol, em Madrid, Sánchez pediu à população para "não baixar a guarda" porque o mau tempo "continua a causar estragos".

"Ainda não podemos dar por concluído este devastador episódio", realçou, sublinhando que continuam sob avisos meteorológicos as regiões autónomas da Comunidade Valenciana, Andaluzia, Aragão, Castela La Mancha, Catalunha, Extremadura, Navarra e Rioja, assim como a cidade autónoma de Ceuta.

"Extremem as precauções e todas as medidas de segurança", pediu Sánchez, que especificou o apelo à não circulação em estradas em várias províncias, assim como perto de cursos de água ou barrancos.

O líder do Governo insistiu também na importância de serem seguidas e respeitadas todas as recomendações dos serviços de emergência e das forças de segurança.

Segundo o primeiro-ministro, além dos mais de 50 mortos confirmados, há "dezenas de municípios inundados, estradas e vias cortadas, pontes destruídas pela violência das águas", sobretudo em Valência.

Sánchez manifestou "toda a solidariedade" aos familiares e próximos das vítimas mortais e a quem "continua a procurar seres queridos".

"Espanha inteira chora com todos e com todas vós", afirmou, garantindo "todos os meios necessários" para as tarefas de resgate em curso e para que seja possível "recuperar desta tragédia".

Sánchez garantiu também ajudas "com todos os recursos do Estado e, se for necessário, da União Europeia", para a reconstrução de infraestruturas e casas afetadas ou destruídas pelo mau tempo.

Segundo o governo regional da Comunidade Valenciana, no leste de Espanha, pelo menos 62 pessoas morreram por causa de chuvas torrenciais e inundações que atingiram a região de Valência na última noite e de madrugada.

Está confirmada também a morte de mais uma pessoa na região vizinha de Castela La Mancha.

As imagens da Comunidade Valenciana que estão a ser divulgadas pelas televisões e nas redes sociais mostram aldeias, estradas, ruas e campos inundados, carros arrastados pelas águas e presos em autoestradas e pessoas em telhados ou árvores à espera de resgate.

Na última noite, a precipitação na região de Valência foi a mais elevada em 24 horas desde 11 de setembro de 1966, de acordo com dados oficiais.

O Governo de Espanha criou uma comissão de crise para acompanhar os efeitos da tempestade e mais de mil militares de uma unidade especial de emergência foram enviados para o terreno.

A ministra da Defesa de Espanha, Margarita Robles, disse hoje aos jornalistas, em Madrid, que a região de Valência viveu nas últimas horas "um fenómeno sem precedentes".

Segundo o serviço de emergências da Comunidade Valenciana, cerca de 200 pessoas foram resgatadas durante a madrugada de diversos locais, mas as equipas de proteção civil e de militares que estão no terreno continuavam ao início da manhã sem acesso a várias zonas afetadas, por haver vias inundadas e destruídas ou infraestruturas afetadas.

Várias regiões de Espanha estão desde terça-feira sob a influência de uma "depressão isolada em níveis altos", um fenómeno meteorológico conhecido como DANA em castelhano, que causou chuvas torrenciais e ocorrências em diversos pontos do país, sobretudo na costa do Mediterrâneo.

A região mais afetada foi a Comunidade Valenciana, no leste do país, com chuvas com níveis inéditos, que fizeram acionar os alertas e avisos mais graves da proteção civil e da meteorologia na terça-feira à noite.