
A inspiração em Cavaco Silva parece estar a dar resultado. A sondagem do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS-ULisboa) e do ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa (Iscte-IUL) para a SIC e Expresso, revela que se as eleições acontecem hoje, seria o Luís quem subiria ao palco para cantar vitória. E sem empates, como aconteceu em 2024.
Apesar de a AD (27%) descer um ponto percentual em relação às últimas legislativas ficaria, ainda assim, quatro pontos à frente do PS (23%) e, portanto, fora da margem de erro de 3,5%.
O Chega (16%) mantém-se como a terceira força política mesmo descendo dois pontos percentuais. E mais distantes, bem mais distantes, encontramos Iniciativa Liberal (IL), Bloco de Esquerda (BE) e a CDU que recolhem, cada, 2% das intenções de voto.
Já PAN- Pessoas-Animais-Natureza e Livre não vão além de 1%.
Distribuição de indecisos pouco muda
Feita a distribuição de indecisos, o resultado da sondagem do ICS e ISCTE para a SIC/Expresso pouco muda. AD mantém-se em primeiro, a quatro pontos do PS, com o Chega a dar um salto para os 21%.
Os liberais ficam praticamente no mesmo ponto em que estavam nas legislativas do ano passado, mas CDU, Bloco de Esquerda e PAN superam o Livre.
A sondagem foi feita entre os dias 5 e 14 de abril, ou seja, já inclui a percepção dos inquiridos sobre a primeira semana de debates e inclui a convicção sobre o voto.
A maioria dos inquiridos - 71% - não pensa mudar o voto, contra 22% que admite repensar. O voto destes últimos, que admitem repensar o voto, vai para a Iniciativa Liberal.
O risco de transferência é por isso maior para os liberais e promete intensificar-se nos proximos dias, alimentado pelo apelo ao voto útil, já ensaiado por Luís Montenegro (AD) no debate com Rui Rocha (IL): “Por que é que o eleitor da IL vota AD? Porque evita o regresso do socialismo”.
Ficha técnica
Este relatório baseia-se numa sondagem cujo trabalho de campo decorreu entre os dias 5 e 14 de abril de 2025. Foi coordenada por uma equipa do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS-ULisboa) e do Iscte - Instituto Universitário de Lisboa (Iscte-IUL), tendo o trabalho de campo sido realizado pela GfK Metris.
O universo da sondagem é constituído pelos indivíduos de ambos os sexos com idade igual ou superior a 18 anos e capacidade eleitoral ativa, residentes em Portugal Continental. Os respondentes foram selecionados através do método de quotas, com base numa matriz que cruza as variáveis Sexo, Idade (4 grupos), Instrução (3 grupos), Região (7 Regiões NUTS II) e Habitat/Dimensão dos agregados populacionais (5 grupos). A partir de uma matriz inicial de Região e Habitat, foram selecionados aleatoriamente 93 pontos de amostragem, onde foram realizadas as entrevistas de acordo com as quotas acima referidas.
A informação foi recolhida através de entrevista direta e pessoal na residência dos inquiridos, em sistema CAPI, e a intenção de voto nas eleições legislativas recolhida através de simulação de voto em urna. Foram contactados 2815 lares elegíveis (com membros do agregado pertencentes ao universo) e obtidas 803 entrevistas válidas (taxa de resposta de 29%, taxa de cooperação de 44%).
O trabalho de campo foi realizado por 35 entrevistadores, que receberam formação adequada às especificidades do estudo. Todos os resultados foram sujeitos a ponderação por pós estratificação de acordo com a frequência de prática religiosa e a pertença a sindicatos ou associações profissionais dos cidadãos portugueses com 18 ou mais anos residentes no Continente, a partir dos dados da vaga mais recente do European Social Survey (Ronda 11).
A margem de erro máxima associada a uma amostra aleatória simples de 803 inquiridos é de +/- 3,5%, com um nível de confiança de 95%.