Seis alunos entre os 11 e 14 anos foram esta terça-feira esfaqueados por um colega na Escola Básica 1, 2 e 3 de Azambuja. O atacante, que já está a ser ouvido pela PJ, usava um colete à prova de bala. A direção da escola informa que as aulas vão decorrer “normalmente” na quarta-feira.
O atacante, de 12 anos, aluno na escola, ficou retido pela GNR numa sala de aula, enquanto esperava pela chegada da Polícia Judiciária (PJ). De acordo com as autoridades, usava um colete à prova de bala. Atacou os colegas - cinco raparigas e um rapaz - com uma arma branca no corredor de acesso às salas de aula.
As vítimas são seis alunos da escola, de turmas diferentes, com idades entre os 11 e os 14 anos. Foram levadas para o hospital.
Uma das vítimas, uma rapariga de 12 anos, tem ferimentos graves, mas não corre perigo de vida, confirma a Proteção Civil e a GNR. Foi inicialmente transportada para o Hospital de Vila Franca de Xira e posteriormente transferida para o Santa Maria. A agência Lusa acrescenta que tem lesões no tórax e na cabeça.
Um professor terá tido um ataque de pânico na sequência do esfaqueamento, informa a Proteção Civil à SIC.
O presidente da Câmara da Azambuja, Silvino Lúcio, está no local.
À agência Lusa, conta que as auxiliares “aperceberam-se de uma situação anormal, de gritos e de histerismo”. Chamaram o atacante, “demoveram-no, aproximaram-se dele”.
O alerta foi dado às 14:14 horas. Para o local, foram acionadas cinco ambulâncias dos bombeiros da Azambuja. O INEM acionou uma equipa de psicólogos para a escola.
O autarca recusa que seja uma escola problemática.
A PJ está a realizar perícias no local.
Escola diz que foi “ato isolado” e que aulas vão decorrer “normalmente”
A diretora da Escola Básica da Azambuja diz que o esfaqueamento foi um “ato isolado”.
Em comunicado, Maria Madalena Miranda Tavares diz que a situação está “normalizada”. Na quarta-feira, as aulas vão decorrer “normalmente”, acrescenta.
Ministério da Educação “condena veemente” o ataque
O Ministério da Educação “condena veemente” qualquer ato de violência “dentro e fora da escola”. Numa nota enviada às redações, informa que o ministro, Fernando Alexandre, entrou “de imediato” em contacto com a direção do agrupamento para se “inteirar da situação” e mantém-se a “acompanhar a evolução do estado de saúde” dos alunos feridos.
“Vi alunos cheios de sangue e as crianças todas a chorar”
Ana Paula, mãe de alunos da escola na Azambuja onde vários menores foram esfaqueados por um colega, relata o cenário de "pânico" vivido no estabelecimento de ensino.
A encarregada de educação, que no momento do esfaqueamento se encontrava à porta da escola à espera dos filhos de 10 anos, conta que viu muitas crianças a chorar e alunos ensanguentados.
“Um aluno chegou à porta da escola e disse que havia outro a esfaquear no segundo piso”, afirma, acrescentando que entrou no estabelecimento a “correr para procurar os filhos”.
Em direto na SIC Notícias, relata que viu três alunos "sentados com muito sangue", tapados por um lençol. Descreve uma situação “horrível”, de “pânico”.
Ana Paula conta que, desesperada, “demorou a encontrar os dois filhos” que frequentam o quinto ano. Assim que os encontrou, fugiu do local.
A encarregada de educação destaca que os filhos estão “em pânico” e que não querem regressar à escola.
"Tirou uma faca da mochila e começou a esfaquear indiscriminadamente"
Um aluno menor de idade atacou os colegas com uma arma branca - de forma “indiscriminada", segundo explica à SIC Notícias, o presidente da Câmara Municipal da Azambuja, Silvino Lúcio, que se encontra no local.
"O aluno saiu para almoçar e voltou para a escola com a sua mochila, como normalmente, e retirou [lá de dentro] um colete à prova de bala, que seria do pai, e uma faca", descreve o autarca.
Já dentro do recinto escolar, o jovem começou a esfaquear os colegas à medida que foram aparecendo.
"Não havia um alvo, nem o objetivo de agredir uma pessoa específica" e só foi parado por uma auxiliar, que não ficou ferida, acrescenta o presidente da Câmara Municipal.
O autarca avança que já está a ser prestado serviço psicológico aos alunos, pais, auxiliares e ao próprio autor do ataque.