A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) reforça, esta sexta-feira, o apelo ao “cumprimento dos quadros legais e à restituição da ordem e tranquilidade públicas” e o lamento pela perda de uma vida, mas “condena” o que classifica de "aproveitamento político, jornalístico e mediático".

“Admitimos a legitimidade, a importância e a necessidade de informar e comentar, mas criticamos todo o ruído inqualificável, (…) sem conhecimento factual dos incidentes e da missão policial. (…) A ASPP/PSP reitera que, após estes acontecimentos, deve deixar-se “respirar”- dar tempo ao tempo – aguardar pelas conclusões dos inquéritos e diligências e não reagir impetuosamente ou oportunisticamente”, critica.

Mais, acrescenta a ASPP/PSP, “a mediatização em demasia pode fomentar ao fenómeno de repetição e impulsos vários” e “criar um alarmismo e em nada ajudando ao equilíbrio social”.

No comunicado emitido hoje, o sindicato reitera que tem vindo a alertar para a “missão difícil, arriscada, complexa e extremamente exigente” das forças de segurança pública, e questiona “o que foi feito nos últimos anos, sobre os problemas que hoje se colocam”.

“Qual o investimento no policiamento de proximidade? No efetivo policial. Nas condições de trabalho dos profissionais. Entendemos que os fenómenos criminais são complexos e qualquer visão, resolução e reação simplista, apenas reflete pura demagogia”, questiona.

A ausência e escassez de vários meios e materiais, são, na ótica do sindicato, alguns dos motivos que “colocam a missão muito mais difícil”.

Estas reivindicações têm, lembra a ASPP/PSP, sido colocadas aos sucessivos governos e às várias direções da PSP e “quase sempre ignoradas ou simuladas, por via de campanhas de marketing, de anúncios ou por medidas meramente reativas e acessórias".

Apesar da ausência de resposta, o sindicato diz mostrar-se disponível para “reunir com o Governo, autarcas e Direção da PSP, no sentido de uma abordagem séria, responsável e construtiva”, de modo a criar “caminhos e soluções para os problemas reais e prementes".

Em silêncio ficarão, porém, “todos os convites endereçados pela comunicação social”, como decidiu a ASPP desde o dia da morte do cidadão Odair Moniz.

“(…) enquanto o contexto se basear no ímpeto, no oportunismo, no ruído, no nervosismo, no radicalismo e populismo. Uma posição assumida, não por ignorar a dimensão do fenómeno, mas por responsabilidade e na preservação do interesse dos visados, das Instituições, do inquérito e dos processos em curso”