A Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans) defendeu este sábado a necessidade de conciliar o direito dos utentes ao transporte com a salvaguarda dos trabalhadores dos transportes rodoviários, na sequência de ataques a autocarros na zona de Lisboa.

A Fectrans/STRUP participou, na sexta-feira, numa reunião com a Área Metropolitana de Lisboa (AML) e um representante da PSP para abordar a "defesa dos trabalhadores no quadro dos acontecimentos anómalos" dos últimos dias, com ataques a autocarros, que inclusive provocaram ferimentos graves num motorista.

Numa nota enviada à Lusa, Anabela Carvalheira, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP), que faz parte da Fectrans, indicou que o sindicato defendeu ser necessário "conciliar o direito ao transporte dos utentes com a salvaguarda e defesa dos trabalhadores e é neste quadro que se têm que encontrar as soluções, que se possam enquadrar na resolução dos problemas existentes".

"Da parte da AML e da PSP foram dadas informações sobre as medidas mais visíveis e as mais discretas para irem ao encontro das preocupações que colocámos e defenderam que a solução não passa por medidas avulsas das administrações de empresas de supressão de serviços, porque em vez de uma solução pode contribuir para acentuar os problemas", afirmou.

O sindicato defendeu ainda a necessidade de medidas para os diversos modos de transportes que operam na região de Lisboa.

"Por último, transmitimos aos trabalhadores para que, no desempenho das suas funções, acautelem a sua integridade física e [que] perante uma situação anómala devem tomar as medidas da sua defesa e dos utentes, e relatar a quem de direitos as ocorrências", sublinhou.

O STRUP manifestou também solidariedade para com o motorista que está hospitalizado na sequência de um ataque a um autocarro, e defendeu que as situações que envolvam trabalhadores vítimas deste tipo de incidentes devem ter a caracterização de acidente de trabalho.