Taiwan afirmou esta quinta-feira que um foguetão chinês, que vai ser lançado a partir do Centro de Lançamento de Satélites de Xichang, em Sichuan (centro), vai sobrevoar a zona de identificação de defesa aérea (ADIZ) de Taiwan.
De acordo com o ministério da Defesa Nacional de Taiwan, este será o 12.º lançamento nos últimos dois anos em trajetórias semelhantes, uma situação que suscita preocupações quanto ao aumento das atividades chinesas perto da ilha.
Embora os lançamentos anteriores não tenham representado ameaças diretas, as autoridades insulares continuam a acompanhar de perto estes movimentos.
A tensão em torno destas atividades foi evidenciada em janeiro, quando um alerta nacional enviado para os telemóveis causou confusão ao traduzir erradamente "satélite" por "míssil" na versão inglesa.
O incidente refletiu a sensibilidade do público taiwanês aos movimentos militares chineses e as possíveis consequências de uma má interpretação.
Desde o verão de 2022, aviões militares chineses têm feito incursões de rotina na ADIZ de Taiwan, que não é regulada por tratados internacionais.
Tensão entre China e Taiwan aumenta
Num comunicado, o ministério informou sobre a passagem, entre as 06:00 horas locais de quarta-feira (22:00 de terça-feira em Lisboa) e as 06:00 horas de hoje (22:00 de quarta-feira em Lisboa), de dez aeronaves e cinco navios de guerra da China, quatro dos quais atravessaram a linha média do Estreito de Taiwan, uma fronteira não oficial que tinha sido respeitada por Taipé e Pequim durante décadas até 2022.
A reação de Taiwan incluiu o envio de aviões de missão e navios e a ativação de sistemas de mísseis costeiros para controlar a situação.
O lançamento do foguetão terá lugar num contexto de crescente fricção entre a China e Taiwan, uma ilha governada autonomamente desde 1949 e considerada pelas autoridades de Pequim como uma província chinesa.
Na semana passada, Pequim enviou vários navios da marinha e da guarda costeira para as imediações de Taiwan e diferentes partes do Pacífico, uma operação sobre a qual a China não forneceu pormenores e que, segundo os especialistas, visou pressionar o Governo de Taiwan e "enviar uma mensagem" à próxima administração dos Estados Unidos.