Vários tiros foram disparados durante um comício de Donald Trump, este sábado, em Butler, na Pensilvânia. Os Serviços Secretos confirmam a existência de uma vítima mortal entre as pessoas que estavam na assistência. Também o atirador foi morto. Duas outras pessoas ficaram feridas com gravidade.
Donald Trump também foi atingido por um dos disparos, tendo sido visto com sangue a escorrer de uma orelha. O candidato republicano encontra-se, contudo, a salvo.
O atirador, já neutralizado, estaria num telhado de um edifício, fora do evento.
Os participantes no comício e o próprio candidato republicano, Donald Trump, tiveram de se baixar e proteger, perante os disparos. Trump foi, depois, escoltado para o carro.
Um porta-voz do candidato republicano adianta que Trump recebeu assistência num centro médico local.
O ex-presidente norte-americano "está bem e está a ser examinado num centro médico local", indicou o porta-voz, Steven Cheung. "O presidente Trump agradece às autoridades e aos socorristas pela rápida atuação durante este ato hediondo", acrescentou.
As primeiras palavras de Trump
Donald Trump fez as primeiras declarações sobre o ataque cerca de três horas depois, recorrendo à rede social Truth Social.
O republicano escreveu que foi atingido por uma bala na parte superior da orelha direita e que se apercebeu do que estava a acontecer depois de ter visto sangue.
Biden condena ataque “doentio” e pede união
O presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, já reagiu ao caso. Biden afirmou estar grato por saber que Trump está a salvo e refere que não há lugar para este tipo de violência nos Estados Unidos. O chefe de Estado defende que a nação deve estar unida na condenação a este ato.
“Grato por saber que ele está a salvo. Estou a rezar por ele , pela família e por todos aqueles que estavam no comício”, declarou Joe Biden, adiantando estar também grato aos Serviços Secretos.
“Não há lugar para este tipo de violência na América. Temos de unir-nos como uma só nação para condená-la”, sublinhou.
Em declarações à imprensa, Joe Biden adiantou ainda que espera falar com Donald Trump brevemente. O presidente norte-americano disse estar a aguardar por mais detalhes, mas que Trump deveria poder fazer um comício “em paz, sem problemas” e que “este tipo de violência é doentia".
A campanha presidencial de Biden adianta que vai suspender a emissão de vídeos de propaganda eleitoral nas televisões e noutros meios de comunicação, na sequência do ataque a Trump.
Serviços Secretos investigam possível tentativa de assassinato
Os Serviços Secretos norte-americanos garantem que foram implementadas medidas de segurança em torno de Donald Trump e que o antigo presidente está a salvo.
Foi já aberta uma investigação pelos Serviços Secretos, que estão a tratar o caso como uma possível tentativa de assassinato.
De acordo com os Serviços Secretos dos EUA, o suspeito disparou vários tiros, antes de ser morto. Encontrava-se numa posição fora do local do comício.
Também a Polícia de Nova Iorque aumentou o nível de segurança à volta da Trump Tower, na cidade norte-americana, após o ataque.
As reações de antigos presidentes
Os antigos presidentes norte-americanos Barack Obama e George W. Bush também já reagiram ao ataque. O republicano Bush afirma estar “grato” por saber que Trump está bem, depois daquilo que classifica como “um ataque cobarde”.
Já o democrata Obama afirma que “não há lugar para a violência política” na democracia norte-americana. “Apesar de ainda não sabermos exatamente o que aconteceu, devemos todos estar aliviados pelo antigo presidente Trump não ter ficado ferido com gravidade”, escreveu, numa publicação na rede social X.
“Devemos usar este momento para nos comprometermos com a civilidade e o respeito na política”, acrescentou Obama, antes de desejar as melhoras a Trump.
Reações internacionais
A nível internacional, Trump também já recebeu o apoio do antigo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro - também ele alvo de um ataque durante uma ação de campanha, em 2018. Bolsonaro foi, na altura, esfaqueado, tendo sido sofrido lesões no intestino delgado e numa veia no abdómen.
“Nossa solidariedade ao maior líder mundial do momento. Esperamos sua pronta recuperação. Nos veremos na posse”, escreveu Bolsonaro, na rede social X.
Também o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, já veio reagir ao incidente. Declarou-se “chocado” com os acontecimentos no comício de Trump e afirmou o seu apoio a todas as vítimas.
“A violência política de qualquer modo não tem lugar nas nossas sociedades”, referiu.
O republicano Ronald Reagan tinha sido o último presidente norte-americano a sofrer uma tentativa de assassinato, a 30 de março de 1981. Reagan ficou ferido e passou 12 dias hospitalizado, antes de poder regressar à Casa Branca.