
Os trabalhadores da transportadora rodoviária Carris, que opera em Lisboa, cumprem, esta terça-feira, um dia de greve por aumentos salariais e 35 horas semanais de trabalho, entre outras reivindicações.
A greve foi convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP), que agendou também para esta segunda-feira um plenário geral para os trabalhadores decidirem a "continuação das formas que levem o CA [conselho de administração] e o seu acionista, a Câmara de Lisboa, a dar as respostas que os trabalhadores necessitam".
De acordo com o STRUP, os trabalhadores pretendem "o aumento real e substancial" dos salários e do subsídio de refeição, menos horas de trabalho por semana e a criação do subsídio compensatório para os trabalhadores dos setores fixos.
"Exigência de um aumento de 90 euros com efeitos a janeiro, um aumento intercalar com efeitos a julho, o compromisso para a evolução para a as 35 horas semanais, o estabelecimento da forma de pagamento das deslocações no tráfego e também uma exigência em relação à necessidade de correção do desiquilíbrio hoje existente entre as várias profissões na Carris", explica à SIC Manuel Leal, dirigente do STRUP.
Serviços mínimos em 12 carreiras
A Carris já alertou que a greve poderá provocar "algumas perturbações no serviço" e informou que estão previstos serviços mínimos em 12 carreiras.
Segundo a transportadora, vão estar a trabalhar a 100% as carreiras 703 [Charneca - Bairro Padre Cruz], 708 [Martim Moniz - Sacavém (Urb. Real Forte)] , 717 [Praça do Chile - Fetais], 726 [Sapadores - Pontinha Centro], 735 [Cais do Sodré - Hospital de Santa Maria], 736 [Rossio - Odivelas], 738 [Estrada da Luz - Alto de Santo Amaro], 751 [Estação de Campolide - Linda-a-Velha], 755 [Poço do Bispo - Sete Rios], 758 [Cais do Sodré - Portas de Benfica], 760 [Gomes Freire - Cemitério da Ajuda] e 767 [Campo Mártires da Pátria - Reboleira (Metro)].
Às primeiras horas do dia, Manuel Leal faz um balanço "claramente positivo", apesar de destacar que os serviços mínimos foram impostos de "forma abusiva".
"Representam o funcionamento a 100% de 12 carreiras, numa tentativa do conselho de administração de limitar os efeitos desta greve", acusa o sindicalista.
Em comunicado, a Carris informou que "se encontra em curso a negociação do Acordo de Empresa com todas as associações sindicais representantes dos trabalhadores", mas, apesar de o "processo de negociação estar a decorrer", o STRUP, afeto "à CGTP-IN, decretou o pré-aviso de greve" para esta terça-feira.
Para o STRUP, a administração tem "tentado impor uma política de baixos salários, ao mesmo tempo que mantém o prémio designado de 'excelência' e dá cobertura" a que a Câmara de Lisboa, acionista e responsável pela gestão da empresa, "corte verbas ao orçamento da Carris e as transfira para outros", como foi o caso da 'Web Summit'".
Com Lusa