Um tribunal de recurso de Nova Iorque rejeitou dois pedidos do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, para levantar a ordem de silêncio imposta no caso de pagamento ilegal para comprar o silêncio de uma atriz pornográfica.
O tribunal recusou os pedidos de levantamento da ordem de silêncio imposta pelo juiz Juan Merchan, considerando que "não há nenhuma questão constitucional" que o permita, noticiou a estação CNN, citada pela agência Europa Press.
No final de junho, Merchan tinha suspendido parcialmente a ordem de silêncio a Trump relativo às testemunhas do julgamento ou aos jurados que nele participaram.
No entanto, o candidato republicano às presidenciais de novembro ainda está proibido de falar sobre procuradores, funcionários do tribunal ou seus familiares até que a sentença seja proferida.
O magnata foi multado inúmeras vezes durante o julgamento por violar a ordem de silêncio que Merchan lhe impôs devido a comentários sobre testemunhas nas suas redes sociais, especialmente contra o seu ex-advogado, Michael Cohen, que fez o pagamento à atriz pornográfica.
O juiz Merchan, que também está a pesar um pedido da defesa para, por motivos de imunidade, rever a condenação já conhecida neste caso, atrasou a leitura da sentença até 26 de novembro, após as presidenciais previstas para o início desse mês.
Merchan escreveu, na passada sexta-feira, que adiava a sentença "para evitar qualquer aparência -- por mais injustificada que fosse -- de que o processo tenha sido afetado ou procura afetar a aproximação das eleições presidenciais em que o réu é candidato".
O tribunal, acrescentou o juiz, "é uma instituição justa, imparcial e apolítica", e a sua decisão "deverá dissipar qualquer sugestão" que o colocasse em causa.
A leitura da sentença estava agendada para 18 de setembro, tendo sido adiada no seguimento da pressão dos advogados de Trump em várias frentes, desde um requerimento ao juiz do tribunal nova-iorquino a um pedido de intervenção da justiça federal.
Os defensores do ex-líder da Casa Branca argumentam que puni-lo no meio da campanha presidencial equivaleria a interferência eleitoral.
Em maio, um júri considerou Trump culpado de 34 acusações criminais de falsificação de registos comerciais relacionadas com um pagamento para silenciar a atriz Stormy Daniels - com quem alegadamente teve um caso extraconjugal no passado - para proteger a sua candidatura presidencial em 2016.
Trump afirma que as histórias que o incriminam são falsas, mas não evitou a condenação do júri, o que tem sido aproveitado pela campanha democrata na corrida à Casa Branca.