O Presidente norte-americano, Donald Trump, garantiu hoje que o seu homólogo russo, Vladimir Putin, irá "fazer a sua parte", após ter manifestado frustração no dia anterior com os bloqueios que impedem um acordo de cessar-fogo entre Moscovo e Kiev.

"Acho que ele vai cumprir o que me disse. E acho que vai cumprir a sua parte do acordo agora. E depois há Zelensky, espero que ele cumpra isso", frisou Trump, em declarações jornalistas na Casa Branca.

Trump disse ter ficado aborrecido com Putin, depois de o líder russo ter levantado na semana passada a hipótese de uma administração de transição na Ucrânia sob a égide da ONU sem o Presidente Volodymyr Zelensky.

Em declarações no domingo à televisão NBC News, Trump disse que tinha ficado "zangado, irritado" com os comentários de Putin sobre a credibilidade de Zelensky, segundo a agência norte-americana AP.

"O Presidente continua aberto a qualquer contacto com o Presidente Trump", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, citado pela agência francesa AFP.

Peskov acrescentou que não estavam previstas novas chamadas telefónicas "entre os dois líderes por enquanto".

Putin insistiu na semana passada que o mandato de Zelensky expirou em 2024, pelo que, em sua opinião, não tem legitimidade para assinar um acordo de paz.

O líder russo disse que qualquer acordo assinado com o atual governo ucraniano poderá ser contestado pelos seus sucessores.

A Constituição ucraniana proíbe a realização de eleições enquanto a Ucrânia estiver sob lei marcial, que está em vigor desde a invasão russa do país, em fevereiro de 2022.

A proposta de Putin passaria por uma administração transitória sob a égide da ONU que organizaria eleições, podendo depois iniciar-se o processo de negociações de paz com as novas autoridades.