
Os Estados Unidos vão assinar "muito rapidamente" um acordo com a Ucrânia sobre os minerais e as terras raras, que são muito procurados pelos norte-americanos, anunciou esta quinta-feira o Presidente Donald Trump.
"Estamos a assinar acordos para libertar minerais, terras raras e muitas outras coisas em vários locais do mundo, incluindo a Ucrânia", sublinhou o chefe de Estado norte-americano durante uma cerimónia na Casa Branca. "Uma das coisas que faremos muito rapidamente é concluir um acordo sobre as terras raras da Ucrânia, que são incrivelmente valiosas", acrescentou.
Trump assinou uma ordem executiva para impulsionar a produção nacional de minerais essenciais e terras raras, um setor essencial para o desenvolvimento tecnológico no qual a China detém um quase monopólio.
O bilionário republicano disse ainda que quer aumentar a produção de minerais essenciais nos Estados Unidos.
"Também assinei um decreto presidencial para aumentar drasticamente a produção de minerais importantes e terras raras. Isto é algo importante neste país", destacou ainda.
Para Donald Trump, a exploração de minerais ucranianos pelos Estados Unidos seria uma compensação pela ajuda militar e financeira prestada por Washington nos últimos três anos a Kiev face à invasão russa.
Um acordo deste tipo daria aos Estados Unidos um "interesse direto" em proteger a Ucrânia, insistiu o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, na semana passada.
Só a Ucrânia contém cerca de 5% dos recursos minerais do mundo, mas nem todos são explorados ou facilmente exploráveis.
O país ocupa a 40.ª posição entre os países produtores de minerais, em todas as categorias combinadas (incluindo carvão), de acordo com a edição de 2024 da publicação de referência World Mining Data.
Não é particularmente conhecido pelas suas reservas de terras raras, uma categoria muito específica de 17 metais essenciais para a economia global (ecrãs, drones, turbinas eólicas, motores elétricos, etc.).
Acorde esteve perto em fevereiro
Os dois países estiveram perto de assinar este acordo no final de fevereiro, mas Zelensky abandonou nesse dia prematuramente a Casa Branca, após um confronto verbal com Donald Trump na Sala Oval, em que o Presidente norte-americano, erguendo a voz, ameaçou o seu convidado de "abandonar" a Ucrânia se este não fizesse concessões à Rússia.
A assinatura do acordo sobre os minerais, hidrocarbonetos e infraestruturas ucranianas, para o qual o chefe de Estado da Ucrânia se tinha deslocado a Washington, não se realizou, nem a conferência de imprensa conjunta que estava prevista no final do encontro.