"Esta pseudo-bispa que falou no serviço nacional de oração, na terça-feira de manhã, era uma radical de esquerda que odeia Trump", escreveu o líder norte-americano na plataforma Truth Social, rede social da qual é proprietário.
Donald Trump, que tomou posse na segunda-feira como 47.º Presidente dos Estados Unidos, acrescentou que a religiosa foi "desagradável no tom e não foi convincente nem inteligente".
"Ela e a sua igreja devem um pedido de desculpas ao público", escreveu.
Mariann Budde fez na terça-feira um apelo direto a Donald Trump para que tenha misericórdia da comunidade LGBTQ+ e dos trabalhadores imigrantes indocumentados.
Referindo-se à crença de Trump de que foi salvo por Deus de ser assassinado, Budde disse: "Sentiu a mão providencial de um Deus amoroso. Em nome do nosso Deus, peço-lhe que tenha misericórdia das pessoas que estão assustadas neste momento no nosso país".
A Administração Trump já emitiu ordens executivas a revogar direitos dos transgénero e a endurecer as políticas de imigração, noticiou na terça-feira a agência Associated Press (AP).
Na terça-feira, quando regressava à Casa Branca, Trump foi questionado sobre o sermão: "Não foi muito emocionante, pois não?. Não achei que fosse um bom serviço", apontou o Presidente norte-americano, enquanto caminhava com a equipa em direção à Sala Oval.
O sermão de Mariann Budde na Catedral Nacional de Washington foi amplamente focado na unidade nacional. Trump e o vice-presidente J.D. Vance estiveram presentes com familiares, juntamente com o presidente da Câmara dos Representantes (câmara baixa do Congresso), o republicano Mike Johnson, e o nomeado para o cargo de secretário da Defesa, Pete Hegseth.
Budde afirmou que os presentes se reuniam "para orar pela unidade como povo e nação --- não por acordo, político ou outro --- mas pelo tipo de unidade que promove a comunidade através da diversidade e da divisão".
Mais de uma dúzia de líderes religiosos falaram durante o culto inter-religioso, incluindo os de tradições judaica, muçulmana, budista e hindu.
Os evangélicos conservadores, que estão entre os maiores apoiantes de Trump, não foram convidados a assumir o papel de orador, ainda que alguns se tivessem sentado nos bancos da igreja.
A Catedral Nacional de Washington acolheu 10 cerimónias oficiais de tomada de posse de presidentes de ambos os partidos. A tradição remonta a 1933.
O serviço mais recente teve um destaque diferente dos anteriores. O foco esteve na nação e não na nova Administração, um plano traçado antes do dia das eleições.
"Estamos num momento único na história do nosso país, e é tempo de abordar isto de forma diferente", tinha destacado o reverendíssimo Randy Hollerith, reitor da catedral episcopal, numa declaração em outubro.
Budde, que fez o sermão deste ano, já anteriomente se tinha juntado a outros líderes para criticar Trump, repreendendo a "retórica racializada" e culpando-o por incitar à violência em 06 de janeiro de 2021, quando ocorreu a invasão do Capitólio.
A única parte do culto realizado na terça-feira que pareceu feita à medida de Trump foi a inclusão do cantor de ópera Christopher Macchio, que também cantou o hino nacional na tomada de posse.
O tenor cantou "Ave Maria", música favorita de Trump e que Macchio cantou num comício de Trump e na Convenção Nacional Republicana.
Antes do início do culto, Macchio cantou hinos como "How Great Thou Art" e outro dos favoritos de Trump, "Hallelujah", escrito por Leonard Cohen.
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