O Tribunal de Loures decidiu, esta quinta-feira, aplicar a medida de coação mais gravosa a dois dos três detidos pela Polícia Judiciária (PJ), na sequência da megaoperação levada a cabo em Santo António dos Cavaleiros depois dos tumultos, em outubro, na Grande Lisboa.
Dois dos três detidos ficam, então, em prisão preventiva “indiciados pelos crimes de homicídio qualificado na forma tentada, incêndio e dano, praticados na noite do passado dia 24 de outubro”.
“Em causa está o ataque com engenhos incendiários que, a 24 de outubro, destruiu por completo um autocarro da Carris Metropolitana, deixando em perigo de vida o seu motorista e provocando-lhe sequelas permanentes”, lembra a PJ no comunicado enviado às redações.
O terceiro arguido também estava indiciado pelos mesmos crimes, mas o Ministério Público entendeu constituí-lo arguido apenas por tráfico de droga.
Saliente-se que os três suspeitos têm entre 21 e 23 anos de idade.
A Judiciária informa ainda que “as investigações prosseguem”.
Recorde-se que durante várias noites registaram-se tumultos em vários bairros da Grande Lisboa após a morte do cidadão cabo-verdiano Odair Moniz, de 43 anos e morador no Bairro do Zambujal, na Amadora, ter sido baleado por um agente da PSP na madrugada de 21 de outubro, no Bairro da Cova da Moura, no mesmo concelho, e morreu pouco depois.
Durante os tumultos foram incendiados mais autocarros, dezenas de automóveis e contentores do lixo, mas o ataque que deixou em estado grave o motorista é o mais grave em investigação.