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"[O embaixador da Turquia] referiu-se a uma das fábricas, a de cimento, e referiu-se aos problemas que estamos a ter agora em relação a questão dos preços e pediu a proteção da empresa dele e dos outros investimentos", disse Maria dos Santos Lucas, ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique, em conferência de imprensa, após a apresentação de cartas credenciais pelos embaixadores da Turquia e Itália ao chefe de Estado moçambicano.
Moçambique vive desde outubro um clima de forte agitação social, com manifestações e paralisações convocadas, primeiro, pelo ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, que rejeita os resultados eleitorais de 09 de outubro.
Atualmente, os protestos, agora em pequena escala, têm estado a ocorrer em diferentes pontos do país e, além da contestação aos resultados, os populares queixam-se do aumento do custo de vida e outros problemas sociais.
Durante o encontro, Daniel Chapo e os embaixadores da Itália, Gabriele Annis, e da Turquia, Ferhat Alkan, destacaram as relações histórias de cooperação entre os países, além dos "vários projetos" desenvolvidos em Moçambique.
"Tanto a Itália como a Turquia oferecem aos nossos moçambicanos [bolsas de estudo] e também nos apoiam nas várias áreas económicas e sociais (...) São países estratégicos, há uma parceria estratégica com os dois países, sobretudo a Itália", disse a ministra dos Negócios Estrangeiros moçambicana.
A governante referiu que os dois países reforçaram também a disponibilidade em ajudar Moçambique no combate aos ataques armados que ocorrem em Cabo Delgado, no norte do país, desde 2017.
Desde outubro, pelo menos 327 pessoas morreram, incluindo cerca de duas dezenas de menores, e pelo menos 750 foram baleadas durante os protestos, de acordo com a plataforma eleitoral Decide, organização não-governamental que acompanha os processos eleitorais.
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