A Ucrânia aceitou uma proposta dos Estados Unidos para um cessar-fogo de 30 dias com a Rússia, ao mesmo tempo que Washington concorda levantar a suspensão da ajuda militar a Kiev.

De acordo com uma declaração conjunta de norte-americanos e ucranianos esta terça-feira, os dois países concordaram em concluir o "mais rápido possível" um acordo para a exploração dos recursos minerais raros da Ucrânia.

O entendimento prevê igualmente o levantamento da suspensão da partilha de dados dos serviços de informação norte-americanos com as autoridades ucranianas.

"A bola agora está do lado russo"

A Casa Branca revelou que as propostas serão apresentadas já esta semana em Moscovo por Steve Witkoff. O enviado de Washington poderá reunir-se com Vladimir Putin.

Após a reunião no Médio Oriente, o chefe da diplomacia norte-americana, Marco Rubio, afirmou que o próximo passo é levar a oferta aos russos e que a "bola está no lado" de Moscovo.

"Vamos dizer-lhes [aos russos] que é isso que está em cima da mesa. A Ucrânia está pronta para parar de disparar e começar a conversar. E agora caberá a eles dizer sim ou não", comentou Rubio sobre a etapa seguinte das conversações para o fim das hostilidades", disse Rubio.

"Estados Unidos devem convencer a Rússia a aceitar tréguas"

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que os Estados Unidos devem convencer a Rússia a aceitar o cessar-fogo proposto.

"Os Estados Unidos devem convencer a Rússia a aceitar o cessar-fogo", defendeu Zelensky durante o seu discurso diário transmitido nas redes sociais, acrescentando que a Ucrânia encara a trégua proposta "de forma positiva".

Zelensky reuniu-se com o príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman. Analisaram as garantias de segurança exigidas por Kiev, bem como a possível mediação da Arábia Saudita para a libertação de prisioneiros militares e civis e para o regresso de crianças deportadas para a Rússia.

Casa Branca fala em reunião "positiva e produtiva"

A Casa Branca descreveu como "positiva e produtiva" a reunião, que durou cerca de nove horas, realizada em Jeddah, na Arábia Saudita, entre uma delegação dos Estados Unidos e outra da Ucrânia para negociar o fim da guerra.

"As notícias que recebemos desta reunião ao longo do dia, sobre as quais o Presidente (Donald Trump) foi informado, são positivas. Esta reunião foi produtiva", disse a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, em conferência de imprensa.

O anúncio desta terça-feira na Arábia Saudita surge após representantes da Ucrânia e dos Estados Unidos encetarem negociações sobre o fim da guerra, iniciada em fevereiro de 2022 com a invasão russa.

A Rússia ainda não se pronunciou sobre a questão.