A Ucrânia adiantou, esta quarta-feira, que as suas forças destruíram um depósito que albergava várias centenas de 'drones' de ataque na região de Krasnodar, no sul da Rússia.
As forças ucranianas "atacaram um depósito de drones Shahed perto de Oktyabrsky, na região russa de Krasnodar (...) Cerca de 400 drones de ataque estavam lá armazenados", referiu o Exército ucraniano na rede social Telegram. Vídeos publicados nas redes sociais, apontados como filmagens da zona, mostram uma enorme bola de fogo e grandes faíscas, noticiou a agência France-Presse (AFP).
"A destruição da base de armazenamento de drones Shahed reduzirá significativamente a capacidade do ocupante russo de aterrorizar os civis nas cidades e aldeias ucranianas", acrescentou o exército.
A região de Krasnodar fica no leste da Crimeia, uma península ucraniana no mar Negro anexada pela Rússia em 2014, a cerca de 150 quilómetros das áreas da linha da frente ucraniana.
O Shahed é um 'drone kamikaze' iraniano que Moscovo tem utilizado extensivamente desde o início da invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022. A Rússia não reagiu imediatamente à reivindicação de ataque pela Ucrânia. No entanto, as autoridades locais de Krasnodar reportaram um "incêndio num armazém" numa área de cerca de 800 m2.
"De acordo com as informações iniciais, não há vítimas", explicaram, no Telegram.
Uma guerra que já vai no terceiro ano
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após o desmoronamento da União Soviética - e que tem vindo a afastar-se da esfera de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.
Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas confrontaram-se com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se.
Nas últimas semanas, as tropas russas, mais numerosas e mais bem equipadas, prosseguiram o seu avanço na frente oriental, apesar da ofensiva ucraniana na Rússia, na região de Kursk.
As negociações entre as duas partes estão completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território.