
O chefe de Estado assumiu esta posição num discurso no Fórum La Toja -- Vínculo Atlântico, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, a propósito do atual contexto global, dos desafios colocados pela atual presidência norte-americana de Donald Trump e das incertezas quanto à resolução da guerra na Ucrânia.
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, esta "é uma fase decisiva" para a União Europeia, que tem de se manter "unida, forte e progressista" e lutar pelos valores democráticos.
Neste contexto, o Presidente da República afirmou que a UE "precisa de ter defesa própria, não várias defesas, mas uma defesa própria".
"Não que não seja fundamental, no que depender dela, fazer tudo para manter laços transatlânticos. Mas precisa de ter defesa própria, não várias defesas, mas uma defesa própria. E nela alinharão aqueles que na Europa quiserem manter a unidade", considerou.
De acordo com o chefe de Estado, "haverá sempre os que ficarão, porque não sairão, mas não entrarão nesse núcleo duro, haverá sempre, e manterão sempre alternativas de diálogo em simultâneo".
"Mas o essencial, o núcleo duro tem de estar firme, e tem de ter firme o apoio dos eleitorados. E nesse núcleo duro estão Portugal e Espanha, Espanha e Portugal. Não são os únicos do núcleo duro, mas são essenciais no núcleo duro", acrescentou.
Em particular sobre Portugal e Espanha, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu "consensos externos e internos essenciais, sem fraturas que sejam um presente dado a quem está interessado noutros modelos, noutras lideranças, noutros projetos completamente diferentes".
Marcelo Rebelo de Sousa sustentou que os dois países ibéricos "conseguiram e conseguem hoje, apesar da mudança de governos, manter performances, resultados económicos e financeiros" e têm feito um "trabalho em conjunto que não é fácil ter com outros elementos do núcleo duro" da UE.
"Sem Espanha e Portugal fortes, fortes em liberdade, fortes em democracia, fortes em Estado Social, fortes em Estado de Direito, fortes em valores na vida internacional, o núcleo duro será menos forte. Mesmo tendo países tão importantes como a Alemanha ou a França, ou outros, mais dois ou três essenciais, verdadeiramente essenciais", sustentou.
Esta foi a terceira edição do Fórum La Toja, promovido pela Fundación La Toja, que é presidida pelo empresário galego do setor da hotelaria Amancio López Seijas.
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