
A União Europeia suspendeu esta quinta-feira a aplicação da primeira ronda de tarifas contra os Estados Unidos. A Comissão Europeia justifica que quer dar espaço - 90 dias - às negociações e se não resultar, então, sim, avançam as contra-medidas, nomeadamente as que foram aprovadas esta quarta-feira.
Na rede social X, Ursula von der Leyen diz que na sequência do anúncio do presidente norte-americano, quer dar uma "oportunidade" às negociações.
"Tomámos nota do anúncio feito pelo Presidente Trump. Queremos dar uma oportunidade às negociações. Enquanto finalizamos a adoção das contramedidas da UE, que receberam um forte apoio dos nossos Estados-Membros, vamos suspendê-las durante 90 dias."
No entanto, Von der Leyen deixa o aviso: "se as negociações não forem satisfatórias, as nossas contramedidas entrarão em vigor. Prosseguem os trabalhos preparatórios sobre novas contramedidas. Como já referi, todas as opções permanecem em cima da mesa."
Esta quarta-feira, a União Europeia tinha aprovado, por maioria, a aplicação de uma taxa de 25% sobre uma lista de cerca de 1700 produtos norte-americanos. Uma retaliação que apenas respondia às tarifas que Donald Trump impôs sobre o aço e o alumínio europeus e que continuam a aplicar-se, escapando à pausa que fez nas tarifas recíprocas.
No entanto, e apesar de os EUA manterem em vigor parte das tarifas, incluindo sobre os automóveis, a Comissão Europeia entendeu optar pela "pausa" na retaliação do lado europeu, voltando a insistir na negociação, que tem sido a prioridade da UE desde o início.
O presidente norte-americano anunciou a suspensão de tarifas recíprocas por 90 dias a mais de 75 países. De fora, ficou a China que, pelo contrário, viu as taxas subirem para os 125%.
Isto aconteceu poucas horas depois de Pequim anunciar uma taxa adicional de retaliação de 50% sobre as importações vindas dos Estados Unidos, a juntar às tarifas de 34% anteriormente anunciadas, atingindo um total de 84%.