Após as eleições para a Assembleia Legislativa Regional, o Conselho Geral da UGT Madeira espera que haja agora mais estabilidade governativa na Madeira, mas apontou incertezas durante a reunião realizada esta manhã.

O Conselho acredita que os traços gerais da anterior proposta de Orçamento para 2025, que não foi viabilizada, será agora retomada. Contudo, lembra que “persistem incertezas significativas, tanto a nível internacional como nacional”. “Os impactos da guerra, o aumento das despesas com segurança e defesa, bem como os efeitos das tarifas impostas pelos EUA, permanecem indefinidos nas suas dimensões económicas, fiscais e sociais”, aponta, aguardando o programa que será apresentado para responder aos novos desafios.

“Apesar das melhorias observadas nos últimos anos em indicadores como crescimento, produtividade, emprego, salários e rendimentos, em linha com a média europeia, permanece a dúvida sobre a sustentabilidade desse progresso. Há riscos reais de desaceleração económica que podem resultar em desemprego e perda de qualidade de vida. 2025 apresenta-se com boas perspectivas de continuidade do crescimento, mas é essencial iniciar desde já a preparação das políticas para 2026 e anos seguintes, tema que ainda não foi suficientemente debatido, nem mesmo em contexto eleitoral. É urgente que essa discussão se torne central”, defende a UGT, reafirmando “a necessidade de reforçar o papel da Concertação Social na Região, com estudos que identifiquem e ajudem a ultrapassar os constrangimentos existentes, pois mesmo com indicadores económicos positivos, persistem desigualdades gritantes. Verificamos uma crescente desigualdade social e empobrecimento, inclusive entre quem trabalha. Muitos trabalhadores, mesmo com aumentos salariais acima da inflação, veem-se excluídos do acesso a bens essenciais como habitação, transportes e outros serviços básicos”.

Além disso, a UGT reivindica “a plena aplicação do diferencial fiscal nos vários escalões do IRS e a aprovação de uma nova Lei de Finanças Regionais, que assegure um financiamento robusto nas áreas da saúde, educação, entre outras, respondendo às exigências actuais”. Defende ainda a implementação da inteligência artificial, mas que “seja acompanhada de previsibilidade quanto aos seus efeitos no mundo do trabalho, com medidas que permitam mitigar impactos e promover a reconversão profissional nos sectores mais afectados”.