
Dos 10 filmes indicados ao Óscar de "Melhor Filme", a longa-metragem "Anora" é um das favoritas a vencer o galardão de ouro mais cobiçado da indústria cinematográfica. A comédia dramática, realizada por Sean Baker, ruma à 97.ª cerimónia de entrega dos Óscares com um total de seis nomeações: Melhor Realização, Melhor Argumento Original, Melhor Atriz, Melhor Ator Secundário e Melhor Montagem.
O filme "Anora" conta a história de Anora "Ani" Mikheeva (Mikey Madison), uma stripper e acompanhante de luxo de 23 anos, "presa" à indústria do sexo num clube em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Durante uma noite de trabalho, "Ani" conhece Ivan "Vanya" Zakharov (Mark Eydelshteyn), um rapaz de 21 anos, filho de um oligarca russo rodeado de dinheiro.
Os dois começam por viver um verdadeiro "conto de fadas" - sexo, drogas, dinheiro, festas constantes e um casamento à mistura - que rapidamente se transforma num pesadelo quando a notícia chega à Rússia.
A performance de Mikey Madison em "Anora" valeu-lhe inúmeros prémios em cerimónias de renome como os BAFTA, Independent Spirit Awards, Critics' Choice Awards ou os Globos de Ouro.
Também o ator russo, Yuri Borisov, levou para casa três prémios pela sua performance como ator secundário, a mesma categoria para a qual está nomeado para os Óscares.
Um filme sobre o trabalho sexual que é favorito aos Óscares
O realizador Sean Baker é conhecido por explorar nos seus filmes a realidade nua e crua de pessoas marginalizadas pela sociedade como profissionais do sexo ou imigrantes.
“Ando atrás de personagens que estão a perseguir o sonho americano e a olhar para situações que Hollywood é incapaz de retratar hoje. O trabalho sexual é uma delas. Mas não faço filmes sobre sexo. Aliás, nunca fiz nenhum filme sobre sexo ", disse o realizador norte-americano em entrevista ao jornal Expresso , em maio de 2024.
Depois de ter conquistado o respeito dos profissionais da indústria pornográfica com "Red Rocket" (2021), Sean Baker leva agora o filme "Anora" até às maiores premiações do cinema e arrisca-se a conseguir o mais difícil: ganhar o respeito da indústria cinematográfica com um filme sobre a realidade do trabalho sexual - um dos temas mais controversos na sociedade atual.
Tudo começou com a Palma de Ouro no Festival de Cannes, em maio do ano passado, e desde então já conta 128 vitórias em 275 nomeações. Números que podem mudar já no próximo domingo, dia 2 de março.
Depois das vitórias nos Prémios do Sindicato de Produtores (PGA) e do Sindicato dos Realizadores (DGA), que costumam funcionar como barómetro, "Anora" chega à reta final como o favorito na categoria de "Melhor Filme" na 97.ª cerimónia de entrega dos Óscares.
Na mesma corrida estão ainda outras grandes produções como "Conclave", "The Brutalist", "A Complete Uknown", "Dune: Part Two", "Emilia Pérez", "I'm Still Here", "Nickel Boys", "The Substance" e "Wicked".