O líder do Hezbollah libanês, Hassan Nasrallah, afirmou que Israel deve esperar uma "resposta inevitável" do movimento xiita, na sequência do assassínio, na terça-feira passada, do chefe militar da organização pró-iraniana, Fouad Shukr, perto de Beirute.
"O inimigo deve esperar de nós uma resposta incontornável", declarou o líder do movimento pró-iraniano, que voltou a responsabilizar Israel pelo ataque contra o líder político do Hamas palestiniano.
"Israel não sabe quais são as linhas vermelhas que ultrapassou", ao atacar Beirute e Teerão, declarou Nasrallah num discurso transmitido em direto pela televisão no funeral de Shukr. Segundo Nasrallah, o conflito com Israel entrou numa "nova fase", que, disse, "é diferente do período anterior".
Esta possível retaliação colocou toda a região em alerta. No entanto, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que o país está "num nível muito elevado de preparação para qualquer cenário, defensivo ou ofensivo", no auge das tensões na região após ataques no Líbano e ao Irão.
"Israel está num nível muito elevado de preparação para qualquer cenário, tanto defensivo como ofensivo. Faremos pagar um preço muito elevado por qualquer ato de agressão contra nós, venha de onde vier", afirmou Netanyahu, de acordo com um comunicado do seu gabinete.
Outras notícias que marcaram o dia:
⇒ Os restos mortais do líder do Hamas já chegaram ao Catar. O líder do movimento islamita palestiniano, que vivia exilado no Qatar com outros membros do gabinete político do Hamas, será sepultado na sexta-feira, tendo sido convocado pelo Hamas um "dia da ira". Uma multidão em luto assistiu hoje, em Teerão, às cerimónias fúnebres do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh.
⇒ A companhia aérea alemã Lufthansa cancelou todos os voos para a capital israelita, Telavive, até 8 de agosto, e alargou até dia 12 a suspensão dos voos para Beirute, Líbano, devido à tensão no Médio Oriente. "Devido aos acontecimentos atuais, o Grupo Lufthansa está novamente a ajustar o seu serviço para o Médio Oriente", disse um porta-voz da empresa à agência de notícias espanhola EFE. Já a França elevou o nível de advertência aos seus cidadãos sobre a situação no Médio Oriente e o risco de uma escalada militar, pedindo-lhes formalmente para evitarem viajar para o Líbano, Israel ou para os territórios palestinianos.
⇒ A China manifestou "profunda preocupação" com o assassinato do líder político do grupo islamita palestiniano Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerão, e advertiu que este ato "pode provocar novas turbulências na região". O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, disse em conferência de imprensa que "um cessar-fogo completo e permanente em Gaza deve ser alcançado o mais rapidamente possível para evitar uma maior deterioração do conflito".
⇒ Pelo menos 15 palestinianos, incluindo mulheres e crianças, morreram e cerca de 30 ficaram feridos depois de aviões israelitas terem bombardeado a escola Dalal, que albergava famílias deslocadas na cidade de Gaza, segundo fontes médicas palestinianas.
⇒ Quatro sírios foram mortos num ataque atribuído às forças israelitas no sul do Líbano, onde o movimento islamita Hezbollah e Israel trocam tiros diariamente há quase dez meses, anunciou hoje o Ministério da Saúde libanês.
⇒ A Comissão Europeia adotou um pacote de apoio ao Líbano no valor de 500 milhões de euros para auxiliar a estabilidade económica do país, numa altura de tensões crescentes com Israel.