Neste trajecto entre o longínquo e o próximo reflectimos sobre o tempo, a memória e a condição humana. Começamos a viagem nos anos 60 do século XX na Califórnia. Ao som da guitarra de Richard Manssour reconhecemos um hit eternizado no filme “Pulp Fiction”, na viragem de milénio. É essa melodia que transporta a narrativa até ao Mediterrâneo Oriental, às suas músicas e aos seus povos.
Aí no Mediterrâneo, 200 anos antes da era cristã, Rui Tavares encontra o que é talvez o primeiro registo de música que conhecemos, um canto de amor que Sícilo inscreveu no Epitáfio dedicado à sua amada Euterpe.
Será que a matéria desse amor é a mesma de que o nosso é feito? Como amava Sícilo? O que sentia? Era parecido connosco?
Nas histórias cruzadas deste episódio conhecemos as regiões, as suas línguas, do grego ao latim, do tamasic ao copta, as religiões e os seus deuses, os áridos desertos e a filosofia. Será que todas as grandes diferenças de linguagem, de religião, de tecnologia, de mundo, escondem que temos todos um núcleo existencial comum?
Na busca da substância intemporal da natureza humana, Rui Tavares traz até nós o que se considera ser a primeira biografia, o primeiro registo de que há conhecimento das reflexões de um homem sobre a sua vida. Despido de grandes feitos, este homem que se narra a si mesmo deixa revelar o que nos une, o que ultrapassa o tempo e o espaço. É neste texto que somos levados a mergulhar, numa escuta sôfrega de quem quer conhecer o fim da história. Quem será este homem com quem partilhamos angústias e alegrias, dúvidas e valores?
Numa perspectiva multidimensional, o primeiro episódio de Tempo ao Tempo desafia as cronologias históricas e mostra-nos os possíveis roteiros da nossa narrativa.
Oiça ‘Tempo ao Tempo’ aqui no Expresso, SIC e SIC Notícias, ou subscreva o podcast em qualquer plataforma de podcast. Todas as quintas-feiras um novo episódio escrito e narrado por Rui Tavares. E ao sábado, um episódio extra emitido na SIC Notícias e em podcast.