As vendas, tanto em quantidade como em valor, do Vinho da Madeira nos primeiros três meses de 2025, diminuíram no 1.º trimestre de 2025, quiçá ainda antes do impacto das medidas tarifárias vindas dos EUA, com dois mercados anglófonos em queda significativa, o país de Donald Trump e o Reino Unido, outro mercado histórico e com fortes ligações ao produto industrial madeirenses.

"Segundo os dados fornecidos pelo IVBAM – Instituto do Vinho, do Bordado e do Artesanato da Madeira, IP-RAM, a comercialização de vinho da Madeira, não ultrapassou os 646,5 mil litros no 1.º trimestre de 2025, o que se traduziu em receitas de primeira venda de 4,4 milhões de euros. Comparativamente ao período homólogo, registaram-se diminuições de 18,1% na quantidade e de 7,3% em valor", informa hoje a DREM.

Acrescenta que "o trimestre em referência, a comercialização no mercado nacional atingiu os 105,3 mil litros e rendeu um valor aproximado a 1,0 milhões de euros, dos quais 84,7 mil litros e 841,6 mil euros foram das vendas efetuadas na Região Autónoma da Madeira. Assim, face ao 1.º trimestre de 2024, as vendas em território nacional apresentaram uma evolução negativa, quer nas quantidades (-29,3%), quer em valor (-13,8%)", aponta a DREM.

No que toca às "exportações para os países da União Europeia rondaram os 345,7 mil litros, gerando uma valorização de 1,7 milhões de euros, o que representou uma redução em volume e de valor de 9,9% e de 3,7%, respetivamente. Por sua vez, as exportações para os países Terceiros aproximaram-se dos 195,5 mil litros, produzindo uma receita de 1,7 milhões de euros, o que representou variações homólogas de -23,7% em volume e de -6,6% em valor".

Curiosamente, "nos países da União Europeia (UE), destaque para o forte aumento das vendas para o mercado Belga - o terceiro mercado mais importante da UE - com variações de 129,3% e 28,4%, na quantidade e em valor, respetivamente. No segundo mercado mais relevante da UE, a Alemanha, as variações também foram positivas quer na quantidade quer no valor, com aumentos de 11,6% e 3,8%, respetivamente. No mercado mais importante da UE, a França, a variação em quantidade foi negativa (-17,6%), mas com um ligeiro aumento em termos de valor (+0,2%)", sendo que os dois primeiros em crescendo ajudaram a minorar as perdas.

Já "no mercado extracomunitário, o Japão foi, neste segmento, o país para onde se exportou maior quantidade de vinho “Madeira”, assinalando crescimentos de 8,8% e de 14,0% em termos homólogos, na quantidade e valor, pela mesma ordem. Em relação às exportações para os Estados Unidos houve uma queda acentuada nas quantidades (-33,2%) contrariada por um ligeiro aumento (+0,8%) em valor, sendo que noutro mercado extracomunitário importante – o Reino Unido – o desempenho foi também negativo nas quantidades (-41,3%), mas positivo em valor (+2,9%)", refere a autoridade estatística regional.

A DREM refere, por fim, que "do total comercializado, 81,8% correspondeu a vinho engarrafado, vendido em média a 7,76 euros/litro (7,35 euros/litro no 1.º trimestre de 2024). O restante vinho foi vendido a granel a um preço médio de 2,77 euros/litro (2,80 euros/litro no período homólogo)".

Vinhos de mesa e espirituosos em queda no ano passado

A estatística também aborda o comportamento dos denominados vinhos de mesa em 2024, sendo que "relativamente ao engarrafamento do vinho com Denominação de Origem (DO) 'Madeirense' e de vinho com Indicação Geográfica (IG) 'Terras Madeirenses', observaram-se diminuições de 7,7% e 13,2% nas quantidades, face a 2023, respetivamente, atingindo os 195,3 mil litros e os 15,1 mil litros".

"Em 2024, a comercialização de vinho com DO 'Madeirense' (excluindo o vinho espumante) rondou os 131,7 mil litros representando um valor de 1 264,3 mil euros, o que traduz diminuições, comparativamente ao ano anterior, de 11,5% e de 14,1%, respetivamente. No vinho com IG 'Terras Madeirenses', as vendas foram da ordem dos 12,2 mil litros, correspondendo a 83,2 mil euros (-8,8% e -7,4%, respetivamente)".

Frisa que "em termos de comercialização destes vinhos, o mercado regional concentrou 80,0% da quantidade e 74,4% do valor de primeira venda", o contrário do que acontece com o Vinho Madeira.

"No ano em referência, analisando a comercialização de vinho com DO 'Madeirense', verificou-se que os vinhos mais vendidos foram os vinhos brancos (43,5% em volume e 53,7% em valor), seguidos dos rosados (36,8% em volume e 22,1% em valor) e dos tintos (19,8% em volume e 24,2% em valor)", enquanto "nos vinhos com IG 'Terras Madeirenses' observou-se que os vinhos brancos (50,9% em volume e em valor) foram, por ligeira margem, os mais transacionados, seguidos dos tintos (49,1% em volume e em valor)", conclui.

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